O CUMPRIMENTO DE ORDENS E A CONSCIÊNCIA

O CUMPRIMENTO DE ORDENS E A CONSCIÊNCIA

FlávioMPinto

Ainda está para ser definido o limite entre o cumprimento de uma ordem e a consciência em um grande número de profissões e agrupamentos humanos.

Encontramos no Exército, e nas outras forças armadas congêneres , Marinha e Aeronáutica, o melhor balizamento: é o que o militar chama de disciplina consciente. Uma verdadeira simbiose entre personalidade ajustada á profissão e a noção exata do cumprimento ético de ordens e normas.

“Não se cumpre ordem absurda” diz-se na caserna e serve como um norte seguro para o superior ao pensar em dar uma ordem e uma segura guarida ao subordinado ao recebê-la. Ambos, superior e subordinado, ficam como que compactuados na missão.

Instituições que possuem excelente formação moral dos seus Quadros, fortemente calcados em valores positivos, pouco ou nada temem em relação a ordens que devam ser cumpridas. Contudo, seus Quadros superiores não tergiversam em não cumprir aquilo que não está na sua formação profissional. São coerentes e repassam a seus subordinados sua filosofia. Não pensam uma coisa e fazem outra. Aquilo que pensam é aquilo que fazem.

Me refiro particular e especialmente ás Forças Armadas, que não mudaram um milímetro na sua conduta com o passar dos tempos. Continuam brasileiras, vigilantes, responsáveis, isentas, mesmo tentadas pelo demônio da filosofia do” levar vantagem em tudo” que impera no corrupto e incoerente mundo civil, que a tentam tentando levar esse caos para dentro da caserna. Alguns civis, colocados no Ministério da Defesa, já conseguiram macular o moral dos soldados. Não sei até que limite irão.

“Manda quem pode e obedece quem tem juízo!” diz o ditado, no entanto a responsabilidade de quem deu a ordem é maior do que de quem a executa, posto que, sabe por que deu a ordem e para quê. E essa responsabilidade aumenta a medida da importância do assunto.

Existem agrupamentos compostos por fanáticos que não raciocinam e cumprem ordens servil e caninamente, normalmente usando a violência. Não necessariamente a violência explícita, mas a transversa sob formas de protestos e impedimentos nas ruas cerceando a locomoção da população em ruas, estradas, acesso a serviços essenciais. Muitos são regiamente pagos para tais tarefas, visto que não pertencem ao segmento protestante e sim a grupos de esfomeados ou desempregados. Quem dá ordens nesse sentido não tem limites, não possue escrúpulos.

Eis que se evidencia a falência total de padrões ético-morais nesses agrupamentos, explícitos em suas condutas.

E aí podemos divisar esse sentimento de limites: a linha ética-moral que bem define condutas. Sim, a linha delimitadora é a ética-moral! São os verdadeiros escrúpulos em seguir uma trajetória correta e decente.

Não cumprir ordens amorais e anti-éticas é um apanágio de pessoas decentes. As verdadeiramente decentes e corretas e não aquelas que se dizem, e, no entanto, apóiam movimentos que beiram a ilegalidade com suas ações.