“Cade o respeito? Tá no mato c...ando”

Lembram dessa infame piadinha? Hoje em dia nem contam mais, mas quando me falam em respeito é dessa exata frase que eu lembro.

E sabe o que é pior? É a pura realidade! Não sei se exatamente no mato, ou em casa, quem sabe em um banheiro público, não importa... O fato é que é lá que ele está! Ou melhor nós o colocamos lá.

Vamos pensar com clareza dos fatos, fazer na verdade uma reflexão, e apontar as partes onde há respeito na nossa vida. Compare com antepassados, e você vai ver como isso com o que nos tratamos não se chama respeito.

Claro que os tempos evoluíram, o século XXI nos agracia com uma porção de conquistas: as mulheres não são mais tão submissas aos homens, as crianças e adolescentes tem mais voz e vez na sociedade e na família, aprendemos de uma forma geral a lutarmos mais pelos nossos direitos. No entanto, nada vem sozinho, e com tanta ousadia ( que confunde-se muito com a falta de respeito) o respeito acabou sendo expulso de nosso meio. São políticos (que nunca respeitaram), desrespeitando mais ainda. Patrões faltando ao respeito com empregados. Empregados, por sua vez, também sendo recíprocos. Motoristas desrespeitando o trânsito, e nesse quesito Tijucas e seus motoristas (não todos) merecem o troféu de primeiro lugar no desrespeito do trânsito. Criminosos não respeitando mais nenhum sistema. E o mais chocante é a população em seus atos comuns da rotina se desrespeitando continuamente. Não sei se sou tão careta, apesar de jovem, ou e as coisas estão realmente assim.

Por exemplo, esta semana vi uma cena que me deixou espantado: um casal de estudantes, no pátio em frente a instituição, em um amasso bem devasso, até ai tudo bem, mas o rapaz fazia questão de acariciar por sobre a calça as nádegas e órgão sexual da garota, que incomodo nenhum sentia, bem pelo contrario, deveria estar gostando muito!

O amor, ou simples “pegação”, é lindo, mas tem seu momento, seu lugar!

São atitudes ceifadoras de coisas como estas que se perderam ao longo das décadas. Filhos não respeitando mais os pais, o que vem de tempo, mas discutindo, brigando sério, com alguém do qual ele depende. E a pior parte é agora os pais desrespeitando os filhos, agindo com a mesma moeda, fazendo-se mais infantil do que eles! Não respeitando seu crescimento, um pedido de carinho, um pedido de ajuda para fazer a lição, não respeitando o ciclo normal do crescimento. Não tiram um tempo pra nem perguntar como foi o dia. Se é pra não cria-los e ama-los, não os tenha! Porque eles não tem opção de serem seus filhos, mas você como genitor tem a opção de te-los ou não. E onde isso vai resultar? Você como pai, ou simples cidadão, nunca se perguntou isso? Gera apenas o crescimento, de um corpo, e não a evolução da mente. Cria-se um adulto frustrado, sem carinho, sem saber dialogar, sem saber pontos importantes de um convívio, e ele vai passar isso adiante, e acredite: destruir ainda mais esta sociedade já tão destruída.

Eu não me canso de falar: um dialogo resolve muitas coisas e previne outras muitas mais. Pergunte como foi o dia, insista além do “foi bom”. Porque você vai descobrir problemas e talentos, confortos e decepções, e poderá interferir para formação de um bom cidadão no mundo.

A verdade é, a evolução dos tempos nos deixou mais ousados, não temos mais tanto medo de reclamar e falar o que pensamos... Só que isso precisa ser dosado. O ideal seria mesmo um remédio, em gotas, capsulas, ou até mesmo dose única vitalícia do famoso “semancol” ou “noçometro” para sabermos até onde ir, e lembrarmos daquele clichezinho básico: “seus direitos vão até onde começam os direitos do outro.”

Existe a lenda na mídia e na cultura pop que o mundo acabara em 2012... Do jeito que está, é melhor que acabar mesmo, porque não dá pra imaginar o que pode acontecer com tanto desrespeito, vindo de gente que se acha de mais, e não lembra que tudo o que é mais enjoa, sobra e acaba sendo resto!