A SOCIEDADE DE NOSSOS FILHOS

A SOCIEDADE DE NOSSOS FILHOS

Li um artigo que discutia sobre a criação dos filhos e então pensei sobre o problema da violência, quando nos últimos dias invadem os lares, as escolas, os parques, as ruas. Nossos filhos nos surpreendem quando infligem às leis, matando, roubando e violentando mulheres e crianças. Isto me levou a pensar também na proposta do sexo livre pregada por novelas, filmes e propagandas de alguns produtos apresentadas em horários quando crianças ainda estão acordadas e nós a aceitamos, sem nenhuma reação contrária. Estas propostas geram entre os jovens de forma descontrolada, o desejo de leva a pratica do sexo livre nas praças, nas festas, nos motéis e até em suas próprias casas, quando por muitas vezes são feitos com o consentimento de seus pais. Tais práticas estão levando alguns dos nossos jovens à gravidez não planejada, e conseqüentemente, a abortos desumanos feito por pessoas sem nenhum preparo da medicina, ou ainda, quando permitem o nascimento de algumas delas, os desprezam em cantos de calçadas, ou lhes jogam em latões de lixo. Pensei também sobre o crescente problema das drogas, o crack, por exemplo, que tem levado uma grande quantidade de pessoas maduras, jovens e crianças ao seu uso, e que passam a serem dominados pelo seu vicio. Então, o meu pensamento me levou a refletir na situação de como tem sido comum aos pais hoje, procurem ajuda de psicólogos e educadores, para que possam orientá-los na educação dos seus filhos. Parece-me, que nós pais os procuramos muitas vezes, por sentirmos o medo de perder nossos filhos de vista, e não percebemos que na verdade, são eles que já não conseguem nos enxergar por tanta falta que fazemos por não apoiá-los nas horas difíceis, por não consolá-los nas horas amargas, por não encaminhá-los nas horas de dúvidas, por não afirmá-los nas horas confusas. Notem que reagimos diante de suas mudanças no comportamento familiar quando não se socializam e não se aconchegam ao seio do lar, então, desejamos que a sua convivência familiar pudesse ser igual aquela que um dia conhecemos e, até mesmo experimentamos, mas não percebemos que nossas regras de conduta é que primeiro têm mudado diante de cada necessidade que temos em sentir o gosto da vida em nome do que proclamamos como liberdade de sermos o que desejamos para nós mesmos. Neste momento sentimos o impacto da descoberta de que perdemos o controle sobre a vontade deles e passamos a brigar por direito de interferir na sua vida, pior, não entendemos o seu olhar de dor diante dos conflitos que vivenciam quando nos vêem como pais isolados em nosso mundo de afazeres, angustiados em nossas frustrações de relacionamentos, e separados em pensamentos, sentimentos e ações um do outro em projetos de vida. Quando pensamos em todos estes problemas, entendemos que a família do século XXI está sendo formada, de certa forma, desvinculada das suas origens em sua razão, de ser como organismo vivo, ativo e produtivo aos seus membros com proveito aos outros. Ela tem perdido o senso de agrupamento familiar para aprendizagem, com fins a sua continuidade na história. Por exemplo, os seus indivíduos, quando muito, ainda velam a memória dos anteriores a sua geração, mas se esquecem de zelar os valores aplicativos da ética que construiu a glória destas gerações passadas. Ainda como indivíduos do grupo familiar, procuram primar por seus interesses, mas quanto ao que é comum para o grupo, deve ser necessariamente do seu agrado, para que então, o mantenha em procissão junto com os outros velando pela união com efeito ao êxito do que lhe interessa. Será que a sociedade caminha para o fim do organismo chamado família, já que se fazem esquecidos das tradições culturais das gerações passadas, tonando-se em sua nova forma de agrupamento chamado família, apenas um símbolo de suas idéias, um estado de justiça a aplicação de sua moral individualista e gosto de prazer findo aos seus interesses pessoais? E sobre as novas regras, pesa sobre a família, apenas a ação de agentes da quebra de paradigmas sem base de regras anteriores ao que querem formar como novas regras? Percebam, nossos filhos são o futuro da próxima geração, mas crescem sem referencial à construção de si mesmos, aprendendo sobre direitos para a liberdade de ser o que desejam, ou do que descobrem no que experimentarem para proveito, sem impedimento ao que dão valor a máximo de diversão em tudo quanto lhe couber fazer da sua conquista no tempo em que lhe for do seu agrado, mas sem poder corretivo superior a si que não sejam suas próprias regras criadas para tal. Então eu me perguntei mais ainda: O que vemos de proposta para o futuro de nossa sociedade? Fui atrevido em responder, sabendo que posso ter-me enganado, espero que sim, tendo como resposta, a de que vemos pais sem obrigações com as regras das gerações anteriores, criando filhos com liberdade de escolha, segundo as regras que lhe agradam, lhes servindo para a formação da ordem moral das gerações posteriores. Se de fato vemos pais que não aceitam regras familiares constituindo famílias que produzirão indivíduos provedores das regras de conduta para a sociedade futura, se estes indivíduos não aceitam regras anteriores as suas, então, constroem um caminho de vida desatrelado aos saberes morais de seus pais em suas tradições. Se for assim, será que isto indica que estamos educando filhos com uma visão crítica para o amanhã, sem interesses das recordações do nosso passado em tudo quanto possam conhecer? As regras para os nossos filhos são apenas as que bastão ao seu gosto? Se for, então caminhamos para uma sociedade onde a regra só será válida quando agradar aos interesses de proveito pessoal do indivíduo que a observa e lhe aprova? Diante de tudo isto, se assim for, o que será a sociedade de nossos filhos?