Pré-discussão sobre o humor

Você consegue definir humor? "Ah, é aquilo que me faz rir". Maluf me faz rir e não o considero um humorista. E aí? Vou te adiantar uma coisa: nesse post, consideraremos como humor tudo aquilo que produzido com a intenção de te fazer rir. Pode ser algo que você mesmo faça nos eu dia-a-dia, como uma piadinha, ou até mesmo uma sketche toda cheia de detalhes elaborada por um comediante.

Hoje fala-se muito em humor. Humor isso, humor aquilo. Isso porque no nosso cenário nacional existem muitos objetos humorísticos não-identificados aparecendo no radar da opinião pública. Sim, estou falando das piadas sobre estupro, homossexualismo e cia. Esse burburinho todo suscita uma questão: onde o humor acaba e onde ele termina?

O humor nunca foi muito importante para os filósofos. Tirando um ou outro, quase ninguém se preocupou em entender a mecânica do riso ou a essência do humor. No momento me lembro de dois apenas: Descartes (que tentou dissecar literalmente o riso) e Bergson (que se preocupou em fazer tipologias do que é "humorível"). Já muitos governantes e homens públicos sempre sentiram o poder do humor, por isso sempre tentaram reprimi-lo ou manipulá-lo.

Ou seja, há mais de mil anos rimos sem saber porque. Aliás, sabemos o porque só não sabemos defini-lo muito bem. Alguns dizem que o verdadeiro humor é aquele que debocha das desgraças da vida, outros que é aquele que nos faz pensar e alguns acham até que ele não serve para nada, só para passar o tempo.

Humor é subjetivo: o que te faz rir pode não me fazer rir. Para mim Costinha é genial, para ela é Month Phyton. Tudo é relativo. O problema é que a maioria das pessoas emprega ao definir humor esse seu juízo de valor: "humor de verdade é o humor negro". Vamos tentar entender isso: não existe um humor, mas vários tipos de humor. Várias formas de fazer rir, nas mais diferentes plataformas: oral, escrita, audiovisual, etc.

Esse é o maior problema para se definir as fronteiras do humor. O que vou fazer aqui é dar uma contribuição pessoal, minha visão do tema. Em se tratando da questão das fronteiras, a vulgaridade tem sido o país vizinho ao humor. E as piadas acusadas de serem preconceituosas são a área em litígio disputada por ambos. Primeiro, o que consideramos como vulgaridade? É aquilo feito para denegrir alguém? Ora, então 99% do humor da Humanidade nos últimos séculos pode ser considerado vulgaridade, pois ele tem se pautado em explorar os defeitos das pessoas, em ridicularizar personalidades, dentre outras coisas. As paródias á Hitler, George Bush, ditadores árabes, senadores brasileiros corruptos devem então ser proibidas pois são "baixaria"!

Qual a diferença para o humor? É que a "baixaria" tem explícito seu objetivo de destruir moralmente o alvo escolhido. É denegrir por denegrir e não denegrir para fazer rir ou para fazer pensar. Tomemos o buylling como exemplo: quando se atenta para os fatos da orelha do colega serem imensas, a intenção primeira é inferiorizar o coitado. Perceba se quem pratica buylling faz o mesmo com si próprio. O objetivo último é sempre diminuir seu próximo. Isso é vulgaridade.

Sendo assim, um humorista não fala vulgaridades, já que ele sempre tem a intenção de fazer rir? Não. Um humorista continua sendo um ser humano como todos nós, passível desses erros. Quem nunca tentou denegrir alguém que atire a primeira pedra. Todos nós em algum momento da vida fazemos isso. Mesmo defensores do politicamente correto ás vezes desmoralizam seus adversários na cara dura. O problema é insistir em fazer isso. Ou seja, não tentar escapar desse tipo de atitude ou mesmo fazer disso seu guia de comportamento é o que acho errado.

Vinicius AA
Enviado por Vinicius AA em 11/03/2012
Código do texto: T3547417
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