O seio femino e a arte

O SEIO FEMININO E A ARTE

Talvez a parte da anatomia feminina mais explorada por artistas, fotógrafos, pintores e escultores de todos os tempos é o seio. De fato, essa parte do corpo da mulher, quando se atém à estética padrão e não recai na vulgaridade é algo muito bonito e digno de ser admirado.

Recordo, na minha infância, talvez o mais antigo filme francês, preto-e-branco, “Tormentos do desejo”, em que aparecia um nu feminino. Lá pelas tantas o vilão dava uma bofetada na mocinha Françoise Arnoul (nascida em 1931, ainda vive) e por uns escassos dez segundos, sua blusa se abria, deixando a mostra seus diminutos seios. Isso, na década de 50, para quem tinha dez/doze anos era o máximo. O “En Effeuillant la Marguerite” (Desfolhando a Margarida), com Brigitte Bardot, que exibiu os primeiros strip-tease mais escancarados é posterior (1954).

O fato é que o cinema, especialmente o francês, sempre se valeu da exibição dos seios femininos para tornar atrativas suas películas. Uma exibição discreta de um seio valia algo que era chamariz para o público, especialmente o masculino: “Rigorosamente proibido para menores de dezoito anos”. Essa mesma exibição nos clássicos renascentistas era vista como arte e jamais como erotismo.

Hoje a sociedade, entre moralista e pragmática, se divide quanto a essas exibições. No cinema moderno, bem como nas novelas e minisséries nacionais é visto como coisa normal uma mulher com os peitos de fora. Tanto assim que há uma gíria artística, que fala em “pagar peitinho” quando se refere ao ato de a artista exibir o seio. Como falei acima, é bonito um seio de mulher, quando se atém à estética padrão, ou ao gosto de cada um. Eu detesto aquelas americanas que exibem uns peitões, como ubres de vacas texanas. O uso de silicone, tão em moda hoje em dia, precisa de certa parcimônia, para não ser exagerado nem cair no ridículo.

Pois numa dessas eu estive em Paris, e fui, com a Carmen, ao Moulin Rouge assistir o show “Encore”, em cartaz há mais de cinco anos. Lá a tônica são os seios. Todas as mulheres do palco aparecem com seus belos seios a mostra. Chamou-me a atenção o fato de haver na platéia várias crianças assistindo, com seus pais, o espetáculo. Na mesa em que estávamos, havia quatro casais, Nós, um casal americano, um canadense (com uma menina de seus doze anos) e um francês. Perguntei aos franceses se não existia problemas com a censura o fato da presença de crianças nesse tipo de show. O cidadão deu uma risadinha (de certo riu de meu moralismo tupiniquim) e disse que na França, há mais de vinte anos, a exibição de seios femininos é considerada arte e não erotismo ou pornografia.