Horário político: ria de lá que eu rio de cá

Vivemos em uma nação democrática. Isso é fato. Muitas lutas, reivindicações e sofrimentos aconteceram em tempos idos para que o nosso povo, hoje, pudesse viver em um país extremamente livre em quase todas as suas instâncias.

Estamos a poucos dias de uma grande eleição. O Brasil tem demonstrado ao mundo ser um país bastante organizado quando o assunto é processo eleitoral. As nossas urnas eletrônicas têm dado show de tecnologia, transparência e evolução.

O horário eleitoral obrigatório e gratuito é outro show à parte. Seria difícil escolher um candidato se caso o quesito a avaliar fosse unicamente a criatividade com que aparecem na TV e apresentam as suas propostas de governo. Visualisamos desde produções ricas e bem planejadas à gravações amadoras e, porque não dizer, bizarras. Essas, diga-se de passagem, muito mais interessantes e irreverentes. Um verdadeiro momento de relaxamento e descontração.

Nada mais original do que assistir frangos e burros atores, beijos e abraços carinhosos e calorosos em crianças, senhoras e idosos nunca antes vistos. E aquele cafezinho no boteco da esquina? Muito sugestivo e oportuno para uma campanha em que a imagem da simplicidade e do desapego às coisas materiais deve ser foco.

Fato não menos interessante são as propostas dos candidatos. Alguns precisam incorporar nas suas equipes, nas próximas campanhas, um professor de língua portuguesa. Ascendentes ao legislativo afirmam, sem perceber, que já estão no segundo, terceiro, quarto, quinto ou infinitos mandatos consecutivos e que querem ser eleitos novamente para que possam lutar por educação, saúde, moradia e aquele rô de coisas necessárias que todos precisamos para viver melhor, quando então deveriam aproveitar o espaço público para listar seus bem feitos durante gestões passadas e propor continuidade de trabalho em prol do bem comum. Os eleitores inteligentes certamente questionam-se: se em tantas oportunidades de mandato não fez o que garante que agora o fará?

Quando o horário político acabar vai levar com ele boas horas de riso e também a esperança na melhor utilizaçao da nossa democracria. Agora, em tempos de eleições, os nossos queridos candidatos riem com o povo; depois, em tempos de corrupções, rirão do povo.

Mesmo sendo tudo igual, mude ao menos de canal.