Nasa desmente ‘fim do mundo’

"Americanos descartam catástrofe após receber milhares de cartas."

Não é de hoje e desde que muitas pessoas se entendem por gente, ouvem falar em algo como “o mundo vai acabar.” A Agência Espacial Americana (Nasa) desmentiu mais uma hipótese, no final do mês passado. A agência recebeu uma verdadeira enxurrada de cartas que preocuparam os estudiosos. Após várias ameaças de suicídios, pesquisadores se reuniram e definiram que o melhor a fazer era reunirem-se numa conferência com a imprensa e ‘desmentir’ a ideia de fim da humanidade. Agências de notícias internacionais replicaram aos quatro cantos do mundo a informação dada pelos cientistas.

A BBC Brasil informou que a agência americana criou uma seção em seu website para desmentir que haja indícios de que um fim do mundo esteja próximo. O astrobiologista David Morrison, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, informou à BBC Brasil que muitas das cartas expondo preocupações com as teorias apocalípticas são enviadas por jovens e crianças. Alguns dizem até pensar em suicídio, de acordo com o que o cientista disse à agência de notícia. Morrison também mencionou um caso, reportado por um professor, de um casal que teria manifestado intenção de matar os filhos para que eles não presenciassem o apocalipse.

“Estamos fazendo isso porque muitas pessoas escrevem para a Nasa pedindo uma resposta (sobre as teorias do fim do mundo). Em particular, estou preocupado com crianças que me escrevem dizendo que estão com medo, que não conseguem dormir, não conseguem comer. Algumas dizem que estão até pensando em suicídio”, afirmou Morrison à BBC Brasil.

As informações chegam rápido às escolas, por meio de alunos, que dizem aos seus professores o que pode acontecer em suas casas. “Há um caso de um professor que nos escreveu. Ele relata que os pais de seus alunos estariam planejando matar os filhos para escapar desse apocalipse. O que é uma piada para muitos e um mistério para outros está preocupando de verdade algumas pessoas e por isso é importante que a Nasa responda a essas perguntas enviadas para nós”, esclarece.

CALENDÁRIO: Um dos rumores difundidos pela internet justifica a crença de que o mundo acabará no dia 21 dizendo que essa seria a última data do calendário da civilização maia.

Outro rumor tem origens em textos do escritor Zecharia Sitchi, dos anos 1970. Segundo tais teorias, documentos da civilização suméria, que povoou a Mesopotâmia, preveriam que um planeta se chocaria com a Terra. Alguns chamam esse planeta de Nibiru. Outros de Planeta X.

“A data para esse suposto choque estava inicialmente prevista para maio de 2003, mas como nada aconteceu, o dia foi ‘mudado’ para dezembro de 2012, para coincidir com o fim de um ciclo no antigo calendário maia”, descrevem os cientistas, no site da Nasa, em respostas a algumas das perguntas chegadas por meio de e-mails e cartas à agência americana.

Sobre o fim do calendário maia, a Nasa esclarece que, da mesma forma que o tempo não para quando os 'calendários de cozinha' chegam ao fim, no dia 31 de dezembro, não há motivo para pensar que com o calendário maia seria diferente – 21 de dezembro de 2012 também seria apenas o fim de um ciclo.

A agência espacial americana enfatiza que não há evidências de que os planetas do sistema solar 'estejam se alinhando', como dizem algumas teorias. Esclarece: mesmo que se isso ocorresse, os efeitos sobre a Terra seriam irrelevantes. Também esclarece que não há indícios de que uma tempestade solar possa ocorrer no final de 2012 e muito menos de que haja um planeta em rota de colisão com a Terra.

“Não há base para essas afirmações”, esclarecem cientistas da agência americana. “Se Nibiru ou o Planeta X fossem reais e estivessem se deslocando em direção à Terra para colidir com o planeta em 2012, astrônomos já estariam conseguindo observá-lo há pelo menos uma década e agora ele já estaria visível a olho nu, levados em conta distância e tempo para a ‘possível colisão’ descrita em teorias”, enfatiza o site da NASA.

[Autoria: REDAÇÃO COM BBC BRASIL | INFORMAÇÃO DO SITE DA NASA E AGÊNCIA ESTADO/DIÁRIO DA MANHÃ]