SER ESCOTEIRO. (jul. 2011)

Após três décadas (quase quatro) de participação no Movimento Escoteiro, deparo-me hoje com algumas perguntas do tipo: “Escoteiro? Ainda existem? Onde. Que ninguém vê?” e quedo-me pensativo: se eu não fizesse parte deste Movimento pensaria do mesmo modo...

Mais estranho ainda é quando um jovem de 13 anos pergunta-me: “Escoteiro? O que é isto?” É como se alguém perguntasse o que é uma bicicleta, ou um rádio... O escotismo tem já 104 anos de existência e ainda é um produto pouco conhecido. E o mais grave: pouco conhecido pelo seu principal público: jovens!

Não estranharia se ninguém conhecesse Santos Dumont, Rui Barbosa, o Brigadeiro Eduardo Gomes, Getúlio Vargas e mesmo a Rainha Vitória. Mas ninguém desdenhará como inexistente ou esdrúxulo: o avião, o Código Civil Brasileiro, a Força Aérea Brasileira, a Consolidação das Leis Trabalhistas ou até a Inglaterra e seu poderio. Não precisamos conhecer, nem mesmo saber quem foi o digno Lord Robert Stephson Smith Baden-Powel of Gilwell, criador do revolucionário método de educação intitulado: Escotismo e descendente de Joseph Stephson inventor do trem a vapor... Até a famosa Coca Cola, caso seja posta no ostracismo e largada em uma prateleira qualquer, será esquecida. Que o digam a Clipper, a Fratelli Vita, a Crush... Que dizer da Renda & Priori com sua famosa bala gasosa? Delícias? Claro que eram! Faltou-lhes, todavia uma visão de futuro: sem propaganda nenhum produto se mantém no mercado.

A União dos Escoteiros do Brasil que reinou absoluta por 98 anos (de 1924 a 2002) com a aprovação do novo Código Civil Brasileiro perdeu (ao que parece), nos últimos anos o prazer do bom combate, pelo menos em Pernambuco. Não pôs seu “bloco na rua”, para usar as palavras do Chefe Patrocínio, decano da UEB/PE. Somos hoje uma massa de escoteiros muito maiores do que éramos nas décadas de 1970 a 1990, no entanto estamos ainda mais invisíveis do grande público.

Onde estão as atividades de marketing que nos farão presentes em grandes eventos nas grandes cidades? Presentes na mídia? Nas propagandas das lojas? Não conseguimos nos tornar visíveis, simplesmente por nos sentirmos invisíveis!

Estamos presentes nas pequenas cidades e nos fazemos vistos nos eventos ocorridos nestas mesmas cidades! As bandas de música destas cidades também se fazem presentes, e se brincarmos, com mais garbo que nós...

Foram abertos os Jogos Mundiais Militares no Rio de Janeiro e quem estava lá na abertura? O Movimento Escoteiro! A Região Escoteira do Rio de Janeiro se fez presente! A mídia esteve presente! E agora o que vamos fazer com esta exposição? Qual o benefício que vamos extrair de termos sido vistos por milhões de brasileiros? Pode ser que aquele jovem de 13 anos de Prazeres em Jaboatão dos Guararapes, não tenha assistido à abertura dos Jogos e continue a perguntar-me: “Escoteiro? O que é isto?”

Companheiros de ideal do amado Movimento Escoteiro! Vamos por a mão na consciência e pensar: “Se ninguém me conhecer eu não existo!!!” Nós somente poderemos ser dignos da missão que o “baixinho” BP nos deixou, se existirmos! E tem mais: existir só, não basta! Temos que ser grandiosos!! Então mãos à obra. Arregacem as mangas e vamos “por o bloco na rua”!

Fernando Barbalho de Melo – IM

(O Chefe Fernando é Chefe de Grupo do Grupo Escoteiro Marechal Rondo

Barbalho
Enviado por Barbalho em 19/01/2013
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