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"LUTO E LEI SECA NO CARNAVAL".
   ARMANDO LEMES.
 
Um vazio enorme enlutece as festividades de Momo esse ano. A tragédia de Santa Maria coloca de luto o brilhantismo do carnaval, mas a vida não pode parar. Enquanto o sofrimento arde na lembrança de quem perdeu um ente querido no lamentável episódio, o reflexo da tragédia desperta às autoridades para a segurança de outros.
Impressionantes como as autoridades brasileiras são levadas a tomarem decisões somente após uma catástrofe. O lamentável episódio de Santa Maria demonstra com clareza esse fato.
Até então o Brasil, como é de tradição, prepara o ano todo, para mostrar ao mundo, seu carnaval campeão. Não é atoa, que muitos países lá fora pensam que só produzimos mulatas e vivemos de samba e carnaval.
 Há algumas verdades nisso. O país só começa a andar, após o carnaval, isso não se discute. O grande problema de tudo isso, é, que a suntuosidade de nosso carnaval impressiona. Muitos países pobres como os do Continente Africano e vários países vizinhos, onde à miséria é tratada como assunto de peculosidade nacional, vendo essa falsa realidade acreditam ser aqui o paraíso. Aqui é diferente, bem ou mal, a riqueza de nosso carnaval, a beleza exuberante de nossas mulatas, e a simpatia do povo brasileiro é marca registrada lá fora, quando se fala em diversão.
Saí um pouco do foco, para mostrar que esse ano o carnaval será fiscalizado. Após a catástrofe de Santa Maria, onde mais de 230 pessoas, na sua grande maioria, jovens menores de 20 anos perderam a vida, a fiscalização resolveu trabalhar ou pelo menos mostrar serviço. Várias frentes de fiscalização em todo o Brasil fecharam e tiraram de circulação vários estabelecimentos irregulares que funcionavam livremente, inclusive sedes de escolas de samba.
 Se esse trabalho tivesse sido feito antes como prevenção, dentro das normas estabelecidas conforme a lei manda, talvez não tivessem sido ceifadas tantas vidas inocentes. Essa fiscalização necessária e tardia está pondo em risco o sucesso do carnaval em várias cidades do Brasil, onde vários estabelecimentos foram fechados. Isso traz prejuízo à cidade, principalmente àquelas que vivem do turismo e têm o carnaval como fonte principal de arrecadação. Não bastasse esse prejuízo, a fiscalização abre margem à corrupção na liberação rápida de alvarás para as festanças do carnaval, o que já está acontecendo. Aqui na minha pacata Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, onde está á sede do maior bloco carnavalesco do estado, o Bloco do Urso, a polícia promete um forte esquema para combater os motoristas embriagados. A Cidade do Urso, onde se realiza o grande evento carnavalesco fica retirada do centro da cidade, e, assim a única opção é enfrentar uma caminhada a pé, pegar uma carona ou ir de taxi. Prometem os policiais colocar dezenas de bafômetros para surpreender os foliões embriagados. Justa medida, mas aqui para nós, que graça tem um carnaval sem uma cervejinha bem gelada? A grande jogada é caminhar, e, se possível dar aos pais, mais esse trabalhinho de levar e buscar, mas e daí, como fica a liberdade e até diríamos a intimidade dos casais apaixonados, que após o baile dão uma esticadinha até um motel, ou mesmo a um apertadinho interior do carro estacionado nas redondezas.
Apoiamos as autoridades do trânsito que vão fiscalizar  com rigidez aplicando a lei seca para amenizar o que acontece todos os anos, onde centenas de pessoas perdem suas vidas, pelo simples prazer de uma embriaguez carnavalesca.
 Bom carnaval a todos e lembre-se, fazer amor só com camisinha e se for dirigir não beba, e se beber não dirija; conceitos básicos para proteger sua vida.
 
Santa Rita do Sapucaí, MG-09 de fevereiro de 2013.
 
Texto de responsabilidade do jornalista Armando Lemes, DRTMG-17692.