Feio, o cãozinho mais lindo do mundo

Este ano eu tive duas perdas, amigos queridos se foram de repente, primeiro a Shitara, ficou doente por dois meses, não aguentou e voltou para a “casa”. E no dia 15/07, dia do homem, o meu velho amigo “Feio”, de tão feio que ele era quando o encontrei abandonado em uma cidade da nossa região demos a ele este nome. Aos poucos se tornou um cachorro lindo, tanto pela aparência como também de coração, e tinha um enorme, agora vejo, nosso dia começava muito melhor quando ele corria de um lado para o outro tentando chamar a nossa atenção, e quando conseguia, deitava em cima de nossos pés para demonstrar todo o seu amor e carinho por nós, e quando pedíamos: faz gracinha pra nós – ele deitava de costas no chão mexendo as duas patas da frente.

O Feio era um cãozinho maravilhoso, vivia correndo atrás do Barão, seu amigo também cão, lhe mordia as orelhas carinhosamente e rosnava feito um motorzinho brincando pelo quintal da casa.

O tempo, às vezes é o nosso amigo aliado, mas às vezes ele é também nosso maior inimigo. Com o passar dos anos envelhecemos e sentimos o peso do nosso corpo de morte, cansamos da caminhada, aparecem doenças e indisposições. Nos últimos meses, quando caminhávamos pela avenida, muitas vezes de volta para casa, tive que trazê-lo no colo, pois o “Feio” ficava cansado, já denotava a idade que tinha, mas nunca o enxergávamos como um cão idoso, apesar de na boca faltar muitos dentes, vomitar quase todos os dias e ter apenas um olho.

Eu amava muito o meu amigo “Feio”, e sempre me preocupava com ele, eu tinha 5 cachorros, agora tenho 3, mas por ele ser abandonado e ter sido adotado, sei lá, parece que ele demonstrava muito mais amor e carinho por nós, não que os outros não demonstrassem, mas sentíamos isso do “Feio”, e retribuíamos também. Hoje faz 6 dias que ele morreu, até então eu não tinha chorado, mas hoje derramei as minhas lágrimas, e percebi que ele fazia a nossa alegria e pedia muito pouco para fazer isso: água, ração e atenção... O “Feio” foi mais um que se libertou do corpo de morte e voltou para a casa. Boa viagem meu amigo “Feio”.

Enquanto aqui esteve fez a nossa alegria.

José Renato Bueno.