Mistérios e controvérsias envolvem uma família num crime em São Paulo

Mistérios e controvérsias envolvem uma família num crime em São Paulo

Menino de 13 anos é o principal suspeito de matar a família em São Paulo. Segundo a polícia quatro pessoas de uma mesma família teriam sido executados com tiros na cabeça por um menino de 13 anos e que posteriormente teria cometido suicídio.

“A Sangue Frio? Capote?”. Não, não estamos falando de literatura policial. O crime ocorreu em São Paulo e o principal suspeito é um garoto de 13 anos que segundo a polícia é o único suspeito do crime. Qual a motivação Marcelo teria para cometer o crime contra a própria família? Crime perfeito. Afinal o principal suspeito suicidou-se. O garoto teria sido coagido? Outras pessoas tiveram envolvimento na execução? Seria o menino o bode expiatório para que os verdadeiros assassinos ficassem livres?

Encontrado em posição fetal, Marcelo Pesseghini, suspeito de executar a família em São Paulo e depois ter se suicidado. Segundo a polícia, o menino de 13 anos teria matado os pais que eram policiais, a avó e a tia-avó. As quatro pessoas estavam em duas casas no mesmo quintal. Câmeras mostraram uma pessoa que chega às 01h15 nas proximidades da escola e somente às 06h30 desce do carro com uma mochila nas costas. O menino seria esta pessoa. Marcelo teria ido a escola e voltado de carona com o pai de um colega. As câmeras mostram o menino dirigindo o carro da mãe até a escola.

Mas onde estaria o carro? Há vestígios de sangue no automóvel? Um menino de apenas 13 anos estaria mesmo acobertando o próprio crime? Ou fugido após ter presenciado a morte dos familiares? Ou estaria sendo coagido e ameaçado? O pai do colega costuma dar carona ao menino? Quem é o pai do amigo de Marcelo que ofereceu carona? Por que o menino não voltou com o carro da mãe, da mesma forma que foi até a escola? Alguém teve acesso ao carro depois que Marcelo pegou carona?

Os vizinhos e até os parentes não acreditam que Marcelo tenha cometido o crime. Uma arma foi encontrada na mão esquerda do menino, embaixo de seu corpo. A princípio havia a hipótese de Marcelo ser canhoto, até a arma estava na mão esquerda. Mas um tio do menino declarou ter praticamente certeza de que Marcelo não era canhoto.

MISTÉRIOS, CONTROVÉRSIAS

Fábio Luiz Pesheghini, irmão de Luís Marcelo, afirmou que o sobrinho não era canhoto. “Pelo que eu sei ele era destro. Eu tenho quase certeza que ele era destro”, disse. Segundo Fabio, o sobrinho era tranquilo, uma criança normal, que não dava trabalho para os pais, mal saía de casa”. Ele disse desconhecer se o irmão e a cunhada recebiam ameaças.

A mãe, também policial, foi encontrada numa posição submissa; de joelhos, com as mãos em direção das pernas. O pai, a vó e a tia pareciam estar dormindo, não houve qualquer reação. O que não seria normal. Se um deles tivesse ouvido o tiro o outro teria reagido, se movido, mas os corpos estavam em posição passivas. O garoto teria mesmo esse sangue frio? A polícia discutiu o crime num programa de televisão, hoje pela manhã.

Os especialistas falam da dificuldade de se dar quatro tiros certeiros sem que os demais acordassem e tivessem uma reação. Mas a posição de descanso do pai, da avó e da tia deixa margem de dúvidas de que uma única pessoa pudesse fazer todos os disparos sem que os demais acordassem. Teria dado tempo de uma reação. Não houve arrombamento. A chave do menino teria aberto as portas. Não se descarta a possibilidade de que outra ou outras pessoas tivessem entrado junto e que o menino pudesse ter sido coagido. O celular do garoto não foi encontrado e o computador de Marcelo foi recolhido para perícia. Uma luva foi encontrada dentro do carro. Mas uma coisa que intriga a polícia é que não havia qualquer resíduo de pólvora nas mãos do menino nem mesmo quando ele teria atirado na própria cabeça já que ele não usaria uma luva para este ato.

POSIÇÃO FETAL

Marcelo, o “suposto criminoso”, foi encontrado morto em posição fetal, com a arma debaixo do corpo. Uma arma pesada, que segundo a perícia teria que cair em outro local e não debaixo do corpo e do lado esquerdo do suspeito. O exame residuográfico não apresentou vestígios de pólvora nas mãos do garoto. A roupa de Marcelo só tinha o próprio sangue e não havia sangue das vítimas. O major Olímpio Gomes, em entrevista ao programa Hoje em Dia, comentou que neste caso, o sangue deveria jorrar para cima do atirador. Mas as roupas do menino não haviam sequer vestígio de sangue. Nem no uniforme da escola, nem mesmo nas roupas encontradas na casa. Um amigo próximo de Marcelo diz que o menino teria declarado ter o sonho de matar os pais, fugir de casa e se tornar um matador de aluguel. Outra versão diz que o menino queria ser como o pai, policial da Rota. A primeira versão, a de que o menino teria o sonho de ser um matador de aluguel é totalmente contrária a que os parentes ouviam de Marcelo. Como um menino teria um sonho que mais parecia uma psicose sem que ninguém da família ou escola percebesse? Por que somente este “amigo” trouxe esta versão da história? Um amigo realmente faria essa declaração a polícia? O menino Marcelo teria sido o bode expiatório para um crime perfeito? O colega que fez a afirmativa sobre Marcelo, que tipo de pessoa é? Que caráter tem? A declaração deste colega pode ser confiável? Que tipo de amigos ele e Marcelo tinham? Com quem falavam nas Redes Sociais? O que conversavam? E os pais, que eram policiais, realizaram que investigações ou prisões? Mataram criminosos ou suspeitos? Quem teria interesse em matar a família de policiais? Haveria outros policiais envolvidos no crime? A polícia estava sendo imparcial?

INVESTIGAÇÕES e PERITOS

A polícia fará os exames de balística. A perita Maria do Rosário, também em entrevista ao Programa Hoje em Dia, não soube responder como um menino de 13 anos, com uma arma pesada, depois de ter supostamente atirado na cabeça, “cai” em posição fetal com a arma debaixo dele. Os próprios especialistas se contradizem em seus posicionamentos. Alguns descartam a possibilidade das mortes terem sido executadas pelo crime organizado. Porém, um major da Polícia, discorda desta posição e acredita que esta hipótese deva ser considerada. Na opinião do major, o crime pode sim ter sido realizado pelo crime organizado; e diz ainda que: a cena estava perfeita demais para ter sido criada por um menino de 13 anos. Segundo ele, o local do crime dá a impressão de ter sido estudado. Os corpos teriam sido reposicionados. O que não poderia ter sido feito por um menino de 13 anos. Outro profissional da segurança também fala da possibilidade do menino ter sido coagido em todos os passos, como: Ir até a escola. E se não fosse, os pais seriam mortos.

Muitas perguntas ainda estão sem respostas. Até mesmo a forma e a precisão dos disparos. Facção organizada; alguém que possa saber que ali havia uma família de policiais. Os próprios “companheiros” da região. Não se descarta a tese de treta de polícia, ou seja, de policiais bandidos contra policiais honestos e comprometidos. São hipóteses que devem ser levantadas e apuradas, não basta somente culpar alguém que não pode se defender e dar o crime por encerrado, os verdadeiros criminosos devem ser responsabilizados.

Por: Ismênia Nunes

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Ismênia Nunes
Enviado por Ismênia Nunes em 15/08/2013
Reeditado em 15/08/2013
Código do texto: T4434960
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