OS MONSTROS DO AMANHÃ

O sinal toca e mais um dia começa em uma escola pública. Alunos e mais alunos entram. Sonhos, vontades, educações e problemas diversos. Pessoas. Diz um amigo meu que a vida é bem simples. O grande problema está nas pessoas. Elas complicam tudo. Mas, apesar disso, estar com os outros, relacionar-se é importante. Eu diria fantasticamente importante. Em tempos de manifestação, é bom refletir e promover uma discussão sobre o que a sociedade está fazendo com os seus jovens.

Um grande sinal é o paradoxo brasileiro do voto aos dezesseis anos. Estranho pensar que alguém pode decidir o futuro o país, entretanto, não pode ser responsabilizado, de fato, caso mate uma pessoa. Leis permissivas, ideias mirabolantes e assistencialismo sem pudor já jogaram gerações no lixo. Quantas mais vamos estragar no início do século XXI?

O sinal toca. Quase fim de turno. Cinco jovens retornam ao colégio acompanhados da Guarda Municipal. Denúncia de uso de drogas e bebidas. Os jovens em questão chegam cheirando a álcool. Um deles grita muito, parece estar sob efeito de alguma coisa. Droga? Outro se acha no direito de tudo e ofende o policial, a coordenadora de turno e o diretor da escola. Berros, olhos vermelhos. Os pais são chamados e a perplexidade e a frustração de homens e mulheres que dão duro e trabalham é enorme. O que fiz? O que eu fiz de errado como pai? Eu não sei mais o que faço com você! Desolação. Discussão. Os jovens estariam em sala de aula, mas saíram da escola sem autorização. Esse é só mais um exemplo do que acontece em várias escolas de todo o país.

Cesta básica, medidas educativas, palavras, conversa. Mas quando, efetivamente, aquele que mata, bate, ofende, entre outras coisas, terá a certeza de que toda ação ruim repercutirá uma consequência ruim? Atualmente, o Brasil é o país do passa mão, do improviso, do deixa pra lá. Nem mesmo o pai pode encostar um dedo no filho. Como se uma palmada fosse igual à tortura. Sabem o que estamos criando? Monstros do amanhã. Monstros ávidos por tênis de marca, mesada, baladas, sexo e o que mais vier. Esses monstros sem referência e sem limite matam dirigindo bêbados. Esses monstros sequestram, estupram e matam a torto de nada. Direitos ao bom adolescente. Punição àquele que não sabe ou não quer viver em sociedade. Em alguns países de primeiro mundo, jovens, não importando se doze, treze ou quinze anos, são punidos severamente quando praticam crimes. No Brasil, tudo traumatiza, tudo é muito complicado.

Infelizmente, quando a sociedade acordar, será muito tarde. Se não agirmos agora, a barbárie será algo comum. Os bárbaros, os monstros e outros tipos terão a voz e a vez.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 31/08/2013
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