IDOSO ABANDONADO

Acabo de ler sobre a triste situação de um idoso magoado, e inteligente, que numa atitude de desespero publica sua própria nota de falecimento.

Uma nota falsa, lógico, objetivando atrair a atenção que há tempos não tem dos familiares, nem mesmo dos próprios filhos. Enquanto possuía dinheiro e os ajudava, ainda mantinham o mínimo de comunicação, mas, agora, sem nada a oferecer, há pelo menos quatro anos não recebia uma visita sequer.

É uma verdade dolorida dos tempos atuais essa falta de amor e até de respeito com os mais velhos. Uma visita, o tempo de um café, uma chamada telefônica para saber se está bem, se precisa de alguma coisa... tudo isso pode tornar melhor os dias de um idoso.

Seja lá qual for a imagem que os filhos e os parentes tenham desse pobre homem, não custa nada reservar um pouco das suas vidas para uma boa conversa na calçada, um almoço, uma caminhada na praia, qualquer coisa.

Assim como todos nós, o que ele mais precisa nessa fase da sua vida é de carinho e atenção. Precisa ser amado para se sentir vivo, e para desejar manter-se assim.

O plano do pobre homem não resultou como esperado. Pois, apesar de o jornal ter noticiado a sua morte, somente uma filha apareceu em sua casa para o suposto velório. Diante da decepção, declarou não querer ninguém no cemitério, além do coveiro, quando morrer de verdade.

E, para nós, a reflexão, quanto ao que declarou, ressentido com o desprezo dos seus: “as pessoas devem ser respeitadas enquanto vivas e não depois de mortas".

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 10/09/2013
Reeditado em 10/09/2013
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