CONCEITOS E DIFERENÇAS EXISTENTES NAS CIDADES

É explícito que cada lugar ou ambiente não são iguais, principalmente em um ambiente humano, a cidade é um ambiente formado a partir de necessidades básicas do homo sapiens em se estabelecer (fixar residência) a partir de aspectos como o excedente agrícola e território propício para este fim que propiciou o surgimento das primeiras cidades. Estas cidades com o tempo foram ficando cada vez mais complexas, tanto no sentido espacial, quanto no sociocultural. Neste aspecto, um dos fatores que estarão na discursão deste texto será o aspecto de sítio urbano que exatamente engloba os fatores físicos nos quais se encontra a cidade, nisto compreende-se relevo, hidrografia e outros fatores físicos (Barbosa, 2012) que foram determinantes para o surgimento e as formas das cidades. A situação é outro aspecto importante ao se estudar sobre cidade, tendo em vista que esta significa a posição geográfica e estratégica que venha a propiciar um bom desenvolvimento, ou não, da cidade. Estes dois conceitos (sítio e situação) estão intimamente ligados no desenvolvimento da urbe.

No sistema racional-capitalista que imperou desde a revolução industrial na segunda metade do século XVIII, o conceito de sítio e situação foram levados a ponta, tendo em vista que os recursos físicos como a água, teria grande importância para facilitação do comércio, ao passo que a situação, ou seja, a proximidade e rota na qual se localizava uma dada cidade se tornara fator imprescindível para ditar o desenvolvimento de determinada região. Com isto a paisagem das urbes foram mudando cada vez mais, uma vez que havia uma necessidade sempre urgente de se adaptar ao desenvolvimento galopante adágio pela sempre inovadora evolução tecnológica existente e em constante evolução. Neste contexto se aprofunda as diferentes classes, e logicamente, uma herança cultural exclusivista, onde inicia-se a formação de territórios, dentro do próprio território urbano que visa elucidar ainda mais a divisão social existente.

O censo estético que prevalece nas cidades deste período varia em cada região, como exemplo pode ser colocado o conceito de subúrbio, que no Brasil se coloca como uma área afastada do centro onde operários e demais trabalhados do proletariado residem e as zonas mais centrais como habitação das camadas sociais mais elevadas. Já no conceito norte-americano o subúrbio se tornara a residência dos estratos mais elevados da sociedade, enquanto as zonas mais adentro do território urbano se caracteriza como a área de operários e trabalhadores em geral. Esta diferença é crucial para se entender o fenômeno urbanista não exitoso que ocorreu no Brasil, sabendo que com o passar do tempo e o fenômeno demográfico de migração que ocorreu para as grandes cidades ocasionou uma verdadeira “fermentação” nos subúrbios das grandes cidades, tendo em vista que em outrora era apenas morada de trabalhadores de diversas espécies e operários que de certa forma tinha uma organização, agora se via em um amontoado e desorganizado território chamado periferia, que segundo Martins (2001, apud Barbosa 2012) seria um local onde prevaleceria ruas estreitas, falta de saneamento, casas muito pequenas, falta de entretenimento.

Este conceito de periferia e subúrbio é muito tênue no país, tendo em vista que como já citado anteriormente as bordas das cidades até então, sempre foram colocadas a parte do projeto social dos diferentes governos e sempre ocupadas por pessoas que estavam na base da pirâmide social. Esta aparência de subúrbio-periférico vem sendo mudado aos poucos com os grandes empreendimentos imobiliários, tanto nas metrópoles, como nas cidades de médio porte, que são os condomínios fechados. Este projeto de urbanização nos subúrbios das cidades tem trazido à tona assuntos relevantes a cerca de uma segregação social, tendo em vista que por trás do projeto arquitetônico existente, existe a “negociação” de um lugar perfeito idealizado para “escolhidos” da sociedade.

REFERÊNCIAS:

BARBOSA, Adauto Gomes. Geografia Urbana. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE e Universidade Aberta do Brasil – UAB. Recife: IFPE – UAB, 2012. Págs. 41 – 62.

Ildebrand Gutemberg
Enviado por Ildebrand Gutemberg em 17/10/2013
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