Cai, não cai...

Há já algum tempo, nos modismos por vezes absurdos que surgem nos comportamentos humanos como um todo, especificamente na abordagem que ouso fazer, haja vista ser totalmente leigo e ‘parado no tempo’ no assunto, porém, dando-me permissão para fazê-lo.

Confesso minha estupefação por certas formas de vestimentas utilizadas por pessoas em seu dia a dia, aqui e acolá.

É claro que, respeitados os devidos usos e costumes utilizados pelos diversos povos, não podemos (e nem devemos...) ‘meter o bedelho’ no sentido de criticar ou até mesmo opinar. Só como exemplo, conhecidíssimo de todos e que já provocou diversos casos de retaliação por várias paragens, o uso da burca pelas mulheres no Afeganistão e no Paquistão, onde por vezes dotadas de beleza rara, jovens, adultas e até mesmo anciãs, são vedadas em mostra-la as demais pessoas...

Em países ditos subdesenvolvidos e até mesmo em alguns tachados como desenvolvidos, pessoas que, via de regra, são oriundas e/ou advindas das classes sociais menos favorecidas, a guisa de idolatria, querência e até mesmo falta de criatividade e de senso de ridículo, travestem-se com indumentárias afeitas aos shows business atinentes aos operadores da arte do entretenimento.

Dia desses, em minhas andanças pelos foros da vida, pisquei por algumas vezes meus incrédulos olhos com a visão proveniente de um dos funcionários que prestam serviços junto a um cartório, também denominado vara, parte integrante do poder judiciário, berço de decência, ética e moral de um país. Nada contra e nem a favor, muito pelo contrário, porém um rapaz com vestes mais afeitas aos elementos do chamado sexo frágil desfilava todo o seu garbo em atendimento no balcão, atendendo operadores da lei, público em geral por vezes com suas crianças a tiracolo, não fazendo questão alguma de, como citam os simpatizantes desta forma de vida, ‘estar fora do armário’, invadindo o espaço de muitos que prefeririam resguardá-lo!

Também dia desses, ao caminhar tranquilo e pensativamente por caminho que me levaria a um dos meus visitados fóruns da vida, fui ‘ultrapassado’ impessoalmente por um jovem que seguia na mesma direção.

Como eu cumpria o trajeto calmamente, inclusive assobiando trechos da canção Vida de viajante, que dentre outras belas abordagens em letra contempla uma que apregoa: “Ando devagar, porque já tive pressa e levo meu sorriso...”, e seguia minha toada impessoalmente, porém, como meu olhar adiante, em sua amplitude abrangia o caminhar do rapaz que havia me ultrapassado, me chamou atenção o fato de que, em intervalos ‘quase cronometrados’, levava ambas mãos a altura do quadril e erguia a cintura de sua calça que, desprovida de um cinto (ou de um suspensório, nos moldes mais antigos...) teimava em ‘desandar pela perna abaixo’. Intrigado e totalmente distêmico, apesar de tentar a impessoalidade total ‘da cena’ que se repetia à minha frente, não conseguia concluir o porquê do modismo.

E dá-lhe ameaça de ‘desabamento’ com consequente erguida para evita-la já quando havia ‘meia cueca’ à mostra...

‘Volveram’ à minha mente várias situações anteriores que presenciei, nas quais jovens também adeptos ao modismo com o qual presentemente me deparava fazer verdadeiros malabarismos para conseguir fazer com que ‘sua calça arriada’ deixando quase a totalidade de sua cueca à mostra não desabasse de vez, com probabilidade de causar evento de queda imprevisível (ou previsível?), sabe-se lá com quais consequências.

Não pude conter um sorriso maroto enquanto meu pensamento retornava aos ‘áureos tempos’ de minha juventude, onde torcíamos para que, literalmente desabasse corpo abaixo das faceiras jovens de então, seus voluptuosos modelitos denominados ‘tomara que caia’!