Ad hominem: argumento contra a pessoa

Cristiano Batista dos Santos. Jornalista

“Argumento Ad hominem” (latim, argumento contra a pessoa) é uma falácia identificada quando alguém procura negar uma proposição com uma crítica ao seu autor e não ao seu conteúdo. É uma forte arma retórica, apesar de não possuir bases lógicas. Para conferir esta definição basta pesquisar em um bom dicionário de Filosofia como, por exemplo, J. Ferrater Mora, para constatar tal verdade.

Para os que desconheciam esse argumento (não saber também é conhecimento), é importante saber, pois ele tem sido constantemente usado no nosso mundo contemporâneo. Todos os dias, uma avalanche de acusações contra pessoas são feitas simplesmente por falta de capacidade argumentativa para aceitar ou não a proposição do outro. Se eu não posso contra- argumentar e provar que o outro está errado, eu ataco sua pessoa. Vejamos um exemplo para esclarecer o “argumento Ad hominem”. Discutimos por um momento a questão polêmica da “Cota Racial”:

Um primeiro individuo é contra a Cota por acreditar que no fundo é uma medida paliativa do governo para esconder o caos na Educação. Em vez de fortalecer a educação básica, fundamental e média, para que se tenha gente qualificada no ensino superior e consequentemente bons profissionais, o governo, com a Cota racial, tenta tapar o sol com a peneira. É como tentar curar uma dor de cabeça provocada por câncer com um analgésico. Um segundo ponto do por que esse indivíduo é contra a Cota, é que fomenta o ódio racial. Pessoas podem ser discriminadas, sofrer perseguição, serem chamada de racistas pela simples razão de não apoiar a Cota Racial. Assim, vemos neste primeiro indivíduo, argumentos exemplificando o porquê de não apoiar a Cota Racial.

Mas, o segundo individuo, simplesmente por não ter argumento, ou por não aceitar que está errado, ou por ter sua ideologia acima da razão, responda ao primeiro individuo: “Você só fala isso porque é branco”. Temos, portanto, aqui um bom e simples exemplo de um argumento “Ad hominem” e rotineiramente aplicado nos mais diversos ambientes do nosso país, de norte a sul. É definitivamente um golpe baixo; é como numa luta de boxe, o boxeador morder a orelha do adversário por não suportar seus golpes, é antiético, imoral.

Gente honesta sempre tenta combater a ideias e os argumentos do outro com contra-argumentos; e quanto não sabe tem a coragem de dizer “não sei, mas vou pesquisar”. Jamais ataca a pessoa, pois sabe que é um golpe extremamente baixo.

Cristiano Batista dos Santos. Além de Jornalista. Teólogo. Consultor em Mediação e Arbitragem Empresarial. Conselheiro Titular no Conselho Estadual de Emprego e Renda de Sergipe. Colunista do Portal Recanto das Letras.

Cristiano Batista dos Santos
Enviado por Cristiano Batista dos Santos em 21/12/2013
Reeditado em 27/12/2013
Código do texto: T4620592
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