Desintegração

A sociedade pós moderna a cada passo que avança rumo ao desenvolvimento abriga e defende a estética criando a fórmula ''homem-robô'', pré-fabricado com inúmeras possibilidades de tecnologia e rodeado de informações que o faz inerte e ignorante ao conhecimento ou a experiência real.

Com tudo muito rápido e eficiente não há razão para esperar.

Existe informações, acessos mas não há vínculos emocionais com o mundo real. A prática sensorial já não existe e se há algum museu promovendo esse tipo de Arte, a mídia consegue transformá-la em espetáculo ingenuo.

Nós, os jovens, não passamo incólumes a tudo isso.

A sociedade cria um estereótipo do jovem '' rebelde , adora música pop, modas ridículas , hábil na tecnologia e sempre 'viajando' no mundo virtual , com inúmeras possibilidades de informações e informática variada.'' Padrão básico dos anos 70. Só que reformado.

Criado o conceito, as consequência são desastrosas. Um conceito trivial sempre vira uma necessidade ( '' deve ter isso, é adolescente''). E quem não tem acesso as tecnologias?

A cultura brasileira é marcada por diversidades e no ambiente escolar, este fato fica evidente. Ora, informática variada e inúmeras tecnologias, se restringe a um grupo, esta exclusão gera, não raro, desigualdade de oportunidades e é claro, econômico. As oportunidades, portanto se restringe a este grupo privilegiado. Não ignoro a Política de Cotas, mas se o governo garantisse escola de Ensino Médio de excelência não teria necessidade; os melhores alunos candidatos nas melhores escolas. Além das contradições econômicas, sociais, étnicas e culturais o ambiente escolar tem um clima paradoxal. Nós os brasileiros - sobretudo os jovens - nos preocupamos com coisas fúteis, e o futuro não existe. O preconceito, da parte de quem assiste e nada faz, a desigualdade, onde todos estamos excluídos e incluídos, mistura se com a nossa inércia e aceitação.

Mas se a sociedade cria esses conceitos absurdos e não prepara o jovem para interagir , tolerar , compreender tamanhas diferenças, quem o fará? A solução não é igualdade . Se a sociedade não prepara, cabe a escola , desenvolver o pensamento crítico do aluno e envolve-lo no conhecimento , feito isso o resultado será simples e perspicaz: jovens sensatos , críticos , pronto para revolucionar contra demagogias , ou qualquer tipo de pensamento que exalte uma cor , Elite ou até religião.

Se a escola atingir um número considerável de alunos pensadores , críticos , revolucionários , pronto para mudar a situação social , e diminuir as injustiças , nossa sociedade irá parar de produzir robôs , e consequentemente existirá menos preconceitos ( ora ,os alunos saberão compreender o presente, como pensadores olharão para trás e aprenderão muito)e haverá luta pelo reconhecimento de diferentes culturas, com sensibilidade e tolerância.

Parece utopia , porém não é um sonho impossível. É possível , sim , nós jovens , lutar e sermos revolucionários , mudar esse Brasil conservador e desafiar o senso comum. Mas isso apenas acontecerá, se a iniciativa partir da escola.

Gabriela Melo
Enviado por Gabriela Melo em 06/04/2014
Reeditado em 20/03/2018
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