A Esquerda não gosta de pobre.

Estou mudando de moradia. O "apê" novo está em obra. Tem gente pra fazer gesso, roda-pé, pintura, realocação de pontos de energia e outros detalhes. Sempre passo por lá pela manhã para saber se está tudo certo. Em uma dessas visitas, ao chegar, pego a equipe no meio de uma conversa animada. Era Jesus pra cá, Jesus pra lá. Todos eles são evangélicos. Perguntei em quem eles costumam votar, e eles fizeram uma cara como se eu tivesse pedido uma prova empírica que confirmasse veracidade da a Teoria das Supercordas. Eu disse que estava fazendo tal pergunta porque havia um determinado "grupo" (o sucesso da comunicação com pessoas desse tipo reside na escolha correta das palavras, no uso dos termos mais simples) político que estava empenhado em banir o cristianismo do Brasil. E passei para a ilustração (sem ilustração, eles não entendem): "Por exemplo, no templo que vocês se reúnem para fazer os cultos, o que o pastor faria se tivessem dois homens se beijando na boca?"

Eles responderam que isso não pode e que o pastor os expulsaria. Eu lhes expliquei que esse grupo estava trabalhando para aprovar leis que determinam que se dois homens forem expulsos de um local por estarem se beijando na boca, quem os expulsou vai preso. E que, se essa lei for aprovada, o pastor vai ter que escolher entre agir conforme sua própria crença ou conforme a lei brasileira. Se ele seguir a lei brasileira, ele vai estar indo de encontro ao que ele professa. Se ele agir em conformidade com o que ele professa, ele será preso. Eles responderam: "Nesse caso o pastor vai ter que pedir educadamente que os beijoqueiros repeitem o local, porque é sagrado."

Eu expliquei: "Ocorre que o grupo do qual falei age de forma organizada. Uma parte dele trabalha para fazer a lei valer e, após que a lei estar valendo, outra parte, que jamais pisou os pés em um culto, começá a frequentá-los, justamente com o intuito de praticar tal ato, apenas para colocar o pastor contra a parede. Lembrem-se que o objetivo é eliminar o cristianismo". E continuei a explicação perguntando o que o pastor da religião deles fala sobre a prática do aborto. Eles disseram que não pode, que é contra a Lei de Deus. Eu falei: "Pois bem, outra lei que este grupo quer aprovar é a legalização de tal prática". Perguntei se eles tinham filhos. A maioria disse que sim. Então eu perguntei o que eles pensariam se a professora dos filhos deles, todos com menos de 8 anos de idade, passasse a falar de sexo em sala de aula. Eles disseram que escola não é lugar para falar dessas coisas, e que quem tem que falar isso são os pais. Então expliquei que esse mesmo grupo está inserido conteúdo pornográfico nos materiais didáticos que os filhos deles recebem dos professores.

Para arrematar, eu disse que esse mesmo grupo político, ao mesmo tempo que distribui materiais que ensinam as diversas formas de transar (algumas das quais talvez eles nem gostassem muito de saber que os filhos estavam praticando depois de adultos, quanto mais na infância), estava também proibindo que os outros livros didáticos mostrassem gravuras com pai, mãe e filhos, sob a alegação de que a imagem de uma família ofende os homossexuais, além de já ter pleiteado que seja retirado dos Documentos de Identidade os nomes do pai e da mãe de cada um, sob a mesma alegação. A essa altura eles já estavam horrorizados, então eu revelei: "Esse grupo é o PT de Lula e Dilma. E vocês não precisam acreditar no que estou falando. Conversem com o pastor de vocês. Conversem com seus colegas de culto. Pesquisem na Internet. Aposto que quem não tiver Internet em casa pode pagar 1 real por quinze minutos na 'lan house' da esquina".

Após essa introdução, tocando o tema que mais os interessava — a questão da liberdade religiosa — eu já tinha ganhado a atenção de minha audiência e parti para voos mais altos: "Outra coisa! Como é o hospital que vocês vão quando estão doentes? É bom, é ruim?" Eles começaram a listar as vicissitudes as quais estamos cansados de saber que são submetidos todos aqueles que precisam usar o serviço de saúde pública brasileiro. Daí eu introduzi: "Pois é! Enquanto eles dizem que os hospitais públicos são ruins porque o país não tem dinheiro, eles mandam bilhões e bilhões para outros países, como Cuba, Venezuela, Uganda". Um deles interrompeu: "Eu vi! Eu vi! Semana passada no jornal dizendo que Dilma tinha inaugurado o 'aeroporto' de Cuba!!!"

Salvo esse ponto específico, nenhum deles jamais tinha ouvido falar em "kit gay", das leis que criminalizarão um pastor que expulsar dois homens que se beijarem em um culto evangélico. Eles não sabiam nem mesmo que havia grupos capazes de combinar ações desse tipo, feitas de forma orquestrada para prejudicar pastores. Nada! As notícias são para as mentes deles assim como a água é para a capa-de-chuva. A conversa foi longa. Falei do Bolsa Família (nenhum deles recebia). Eles me perguntaram: "De onde vem o dinheiro que o governo distribui?" Respondi: "Do seu bolso, meu querido: quando você for almoçar, você vai pagar R$ 10,00 no PF. Desse dinheiro, o cara que te vendeu fica com R$ 6,00 e repassa R$ 4,00 para o governo. O mesmo para essa camiseta, para essa calça que você está usando. Tudo que você paga, uma parte do valor vai pro governo, que usa o dinheiro para construir o porto de Cuba e pagar as bolsas-famílias. Se o governo não precisasse de tanto dinheiro, tudo que você compra poderia ser mais barato". Simplesmente eles jamais tinham nem mesmo desconfiado de onde o governo tirava o dinheiro para pagar as bolsas-famílias e não ficaram nem um pouco satisfeitos em saber que são eles que estão pagando.

Segui para abordar questões ainda mais complexas, a exemplo das cotas para negros nas Universidades (três deles eram negros). Mesmo antes de eu começar a falar, um dos negros disse que achava errado que alguém recebesse uma vaga só por ser negro. Os outros meio que partiram para repetir aquele papinho de "o negro foi escravizado...", mas expliquei que na minha turma universitária havia vários negros que passaram no vestibular antes dessa história de cota e que, se aqueles tinham conseguido, outros também haveriam de conseguir. Além do que, quando a esmola é grande, o santo tem que desconfiar: "Essa ação do governo é apenas mais um instrumento de compra de consciências. É a forma como essa ideologia nefasta achou para usar os negros para alcançar seus objetivos: Está tudo dominando. Assim como os pobres recebem bolsa-família, a classe média estava sendo agraciada pela chuva de vagas no funcionalismo público e os ricos pelo BNDES. Da mesma forma, a UNE, CUT e MST estão recebendo suas respectivas 'pontas' para manter o apoio ao Partido. E, assim, também, negros, mulheres e gays estavam sendo usados. Mas, por exemplo, em todos os lugares onde aconteceram a revolução que o PT planeja, após a revolução os gays foram os primeiros a serem fuzilados". O negro que tinha dito que era contra disse que não sabia disso, mas que ele sentia que havia algo de erado.

Como fica fácil perceber, a engenharia social que o PT está executando no Brasil NÃO reflete o povo brasileiro. As pessoas estão sendo usadas como gado, indo pro abatedouro conduzidos pelo curral da ignorância (no caso dos mais pobres, como os personagens dessa história) ou da deturpação de conceitos (no caso dos idiotizados pelo méqui). Decidi expor esse relato aqui porque muita gente me pergunta o que eu acho que é preciso fazer para impedir que o Brasil se transforme em uma Venezuela. Nele está a resposta. Se o PT se baseia em mentiras e ocultações de fatos, o que precisamos fazer é o que eu fiz: dar voz à verdade. Conversem sempre, usem todas as oportunidades para falar de política, alertem o maior número possível de pessoas para o que está acontecendo, calibrem a fala para despertar o interesse do receptor, comecem por algum ponto que vocês percebam que toca no coração dele, escolham os termos da explanação de acordo com o grau de instrução de quem as ouve, tomem coragem de dizer o que vocês pensam, não se deixem arrastar pela "espiral do silêncio". Compartilhem as postagens da página, mas — sobretudo — compartilhem conhecimento no mundo real. Tem muita gente precisando dele.

Meu professor de História mentiu pra mim