Não vai haver amor nesta p06@! nunca mais!

Quem não conhece a máxima "não há amor em São Paulo"?

A frase ainda foi perpetuada pelo artista Criolo, que a musicou. Mas acho que esta frase ainda está um tanto incompleta: também não há amor em BH. Não há amor em Minas. Não há amor no Sudeste. E, levando em conta tantos casos de violência gratuita, é difícil acreditar no amor no Brasil.

A violência que presenciamos atualmente não se trata apenas daquela vinda do dito bandido, mas do "homem de bem". Vem da elite, vem de gente bem vestida e alinhada, que supostamente é superior à todo o resto do país, por vir de uma linhagem economicamente privilegiada.

Mesmo quem não veio desta linhagem, mas a conquistou, esquece em não mais de cinco minutos de onde veio. Esquece de tudo que já passou, de todos que estiveram a seu lado, porque agora que tem dinheiro, pode finalmente pintar o sangue de azul e se mesclar com a "nata" e a "gema", pisando na cabeça dos humildes, porque não precisa mais implorar por uma oportunidade; ele DÁ a oportunidade. Ou pelo menos pensa que dá, já que o meio salário mínimo da empregada já está bom demais. E porque nunca precisou de "bolsa-esmola", conquistou o que tem.

Ontem mesmo, domingo de segundo turno, ouvi uma história em que uma pessoa de meu convívio soltava essa: "não dá dinheiro pra ele não, deixa de ser boba! Esse povo (se referindo aos mendigos) ganha muito mais do que você com essa mendicância". Me doeu ouvir isso, mas por não ser algo que eu mesma ouvi, fiquei relutante em acreditar. Depois, poucos minutos após sair o resultado eleitoral, vi esta pessoa postar nas redes socias inúmeros impropérios contra pobres e contra nordestinos. Dessa vez não teve como escapar, tive que acreditar. Afinal, dessa vez ninguém me contou, eu vi! Realmente, não há amor.

A violência não é apenas a do ladrão, que pega seu celular e sua carteira e sai correndo. Não é só a do estuprador que viola o seu corpo. Não é só do playboy que ateia fogo no indígena. A violência está nas suas palavras, no seu discurso e no seu ódio.

A violência está estampada na sua bolsa da Gucci, nos 7 sapatos que você compra por semana, nas centenas de reais que você gasta no salão e, principalmente, quando chuta (figurativamente) o mendigo na cara, ao recusar o R$1,00 que ele precisa pra almoçar no restaurante popular.

A violência está estampada no seu rosto quando, na rede social, você diz que o "bolsa-esmola" é gasto inútil e ignora o fato de termos saído do mapa da fome da ONU. Claro que é inútil, nada disso te beneficia, não é?

As cotas nas universidades não te beneficiam em nada também, são pra vagabundo. Afinal, ninguém mandou o infeliz do aspirante a estudante nascer negro e favelado.

Eu estou sendo é muito leviana escrevendo isso porque, afinal de contas, a vítima é você, que é filho de empresário e não recebe do governo nada nas mãos. A vítima é você, que teve computador desde que era bebê de colo e, agora, qualquer pobre tem um iPhone, desvalorizando seu produto legitimador de status. A vítima nunca pode ser o outro, o maltrapilho, o pobre, o aleijado, a gentalha e a patuléia. O miserável, o falido, o fodido! Esse não!

Esse tem mais é que se ferrar cada dia mais. Tem mais é que comer calango, se for dar lucro pro seu papaizinho, não é? Nordestino tem mais é que morrer seco mesmo, já que ele se recusa a votar num candidato elitista e bandido que vai criar situações fraudulentas que possibilitem que seu papai fique cada vez mais milionário.

Vamos separar o Brasil, nem que dependa de uma guerra civil. É bom que morre um tantão de gente e diminui um pouco essa superpopulação. Tomara mais é que morra toda a nova classe média, esse bando de gente fedorenta que compra ventilador à prestação nas Casas Bahia e na Ricardo Eletro! Vai ser bom demais, porque aí só vão sobrar os ricos - ricos mesmo - e um monte de pobretão morto de fome que vai aceitar qualquer salariozinho mais de fome ainda que o rico muquirana quiser dar.

É bom que esse povo favelado populista aprende logo o lugar ao qual pertence e esqueça esses sonhos insanos de ascensão social. Que chafurdem todos na lama!

É, definitivamente não há amor. E com o rumo que a coisa está tomando, tenho sérias dúvidas de que um dia haverá.

Ah, quer saber? Vamos logo implementar o sistema de castas pra acabar de uma vez com essa confusão. Vamos matar (de preferência a pauladas ou, quem sabe, apedrejada) essa ideia infantil de amor uma vez por todas e implantar a indiferença. Não é como se fosse te afetar mesmo, né?

E nem me faça começar a falar dos homossexuais...

Bárbara Guerra
Enviado por Bárbara Guerra em 27/10/2014
Reeditado em 27/10/2014
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