EXAME NACIONAL DE ENSINO MÉDIO (ENEM) – UM RESULTADO ESPERADO

Prólogo

Com os compromissos assumidos, com o devido preparo intelectual, com o tempo – estão quase sempre atrasados – as pessoas mais simples, assim como os adolescentes e assemelhados não se preocupam (e não poderia ser diferente) com o que dizem ou escrevem porque a linguagem coloquial é a tônica (PARA ELES).

“Vou me inscrever para adquirir experiência”. Essa é a discussão, a fala, o ponto de destaque de maior ênfase quando se discute (debate) sobre os assuntos: gincana, concurso, competição. Para esse pessoal as expressões: “Ordem e Progresso”, “Disciplina e Literatura”, “Estudar Mais e Dormir Menos”, "Melhor Qualificação" não fazem nenhum sentido!

Não há, para os adolescentes (quase todos) e os mais simples, o compromisso de falar ou escrever utilizando-se de uma linguagem correta, formal. Não querem saber a diferença entre “onde” e “aonde”, “expectador” e “espectador”, “imergir” e “emergir”, “fluido” e “fluído”, “em vez de” e “ao invés de”, "cavaleiro" e "cavalheiro", “em virtude” e “tendo em vista”, “quis” (verbo querer) e “quiz” (teste no idioma inglês), “senão” e “se não”, “si” e “se”, “desapercebido” e “despercebido”, assim como tantas outras armadilhas existentes em nosso idioma pátrio.

UM RESULTADO ESPERADO NO ENEM

Nossa juventude e os não tão jovens estão se alienando e cada vez mais engrossando as fileiras dos desocupados, dos que não estudam, não trabalham e tampouco procuram emprego. Todavia, todos têm um celular para ficar horas sem-fim conectados pelo “WhatsApp”, que de forma carinhosa ou erroneamente batizaram de “Zap-Zap”.

Por que houve mais de quinhentos e trinta e nove mil notas zero, em redação, no mais recente exame do Enem? Ora, a Edição do Jornal Nacional do dia 05/05/2014, entre outros assuntos relevantes, fez referência a uma pesquisa e mostrou que 40% dos candidatos a uma vaga de estágio foram eliminados por causa de erros de português.

Claro que o percentual de notas “ZERO”, no mais recente exame do Enem, poderia ter sido bem maior em um conjunto de concorrentes que, sem o menor sentimento de culpa, faz confusão entre o real significado das palavras e/ou a forma correta de escrevê-las.

Esse mesmo pessoal, REFIRO-ME AOS REPROVADOS, não saberia, de chofre, responder se o correto é: “Entre mim e você há muita consideração” ou “Entre eu e você há muita consideração”. Esta (2ª oração) está errada porque aquela (1ª oração) está de acordo com a linguagem formal.

Ora, ora, ora... Eu já escrevi e publiquei no Recanto das Letras sobre essa terrível realidade que assola nossa juventude e muitos outros profissionais recalcitrantes. Erros crassos são de somenos importância na linguagem coloquial (Linguagem Cotidiana), mas, quando se está sendo avaliado numa prova escrita ou oral o que vale é a linguagem formal.

CONCLUSÃO

Muitas vezes temos dúvidas (Ah! Desconfie daquele insipiente ser que entende ser ele o último biscoito do pacote e se acha o sabichão (Em verdade não passa de um falso sabe-tudo) no uso de vocábulos distintos provocadas pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia. Claro que sobre esse assunto já escrevi e publiquei aqui mesmo no Recanto das Letras um texto intitulado “PALAVRAS DE GRAFIA DUVIDOSA”.

"Rubrica", "pudico", "recorde" e "filantropo", por exemplo, são palavras paroxítonas, embora sejam ouvidas frequentemente como proparoxítonas. Já "ínterim" é proparoxítona, apesar de alguns a pronunciarem como oxítona (!). O povão é assim mesmo. Entre os mais simples e adolescentes o advérbio comparativo de mau (pior) é "peor" (espanhol), vassoura vira "bassoura" e basculante, pasmem, transforma-se em "vasculante" ou, pior ainda, "vasculhante".

Os que vivem a participar de concursos mil devem ficar atentos não só para evitarem a silabada (deslocamento da sílaba tônica da palavra) como também para não errarem na acentuação gráfica. Aqui vale um conselho: Convém estudar mais e mais e dormir menos e menos.

RESUMO DA CONCLUSÃO

Estudar a história da educação é, imprescindível, pois, é através desse estudo que se aprende a corrigir erros do passado e utilizar o aprendizado obtido para criar o modelo correto da educação atual, isto é, o jeito certo de estudar e aprender a linguagem formal.

As tecnologias do mundo moderno (Computadores, Tabletes, iPhone etc.) fizeram com que as pessoas de todas as idades, mormente os mais jovens, deixassem a leitura de livros de lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres.

Não há dúvida: A linguagem do dia a dia (coloquial) é importante, mas, nos concursos, o que derruba (reprova) candidato é o total despreparo, a irreverência, a falta de leitura de bons livros, o desconhecimento da linguagem formal.

A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo.

O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem; é a leitura, no entanto, que proporciona a capacidade de interpretação.

____________________________

NOTAS REFERENCIADAS

— Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - Domingos Paschoal Cegalla;

— Moderna Gramática Portuguesa - Evanildo Bechara;

— Assuntos Relacionados da Academia Brasileira de Letras;

— Gramática da Língua Portuguesa - Pasquale Cipro Neto;

— Fragmento do texto “A importância da Leitura” de Eliene Percilia;

— Textos do Autor (Dúvidas de Português – Fases: 1ª a 3ª), Papéis avulsos e outros rabiscos do Autor.

— Textos e anotações avulsas (Curso de Pós-Graduação) do autor que devem ser consideradas circunstâncias imparciais.