Sobre nós, humanos.

Somos o que queremos ser. Mas, será que queremos ser o que somos?

Me pergunto se somos capazes de aceitar quem somos e viver com isso, ou se passamos a vida tentando ser um outro alguém.

Chove lá fora, e aqui dentro também.

Percebo que nem toda água do mundo pode lavar a sujeira que fizemos nessa vida.

Queremos respostas, mas não sabemos perguntar.

Queremos cobrar responsabilidades, mas esquecemos o que significa ser responsável.

Projetamos nossas expectativas no outro sem permissão.

A frustração é gratuita.

Queremos culpar alguém pelas nossas dores, mas esquecemos que a vida nunca nos ofereceu garantias.

Queremos ser lembrados pelo que somos, custe o que custar.

Inventamos desculpas o tempo todo e para todo mundo. Mas não aceitamos as desculpas alheias.

Julgamos as “loucuras” dos outros, dando razão apenas, às nossas.

O que é diferente, tende a ser julgado.

Não aceitamos que as minorias são essenciais.

Queremos ser, sem querer ser. Queremos ter para ser.

Sabemos muito bem, que ter não está ligado ao que somos ou à quem somos.

Mas continuamos na espera de ter, possuir. Para enfim, sermos.

Não somos nada!

E esse “nada” existe há milhares de anos esperando uma tradução.

Procuramos nos afastar sempre que algo foge do nosso controle.

Lembramos que esquecemos. Mas esquecemos de lembrar.

Damos preferência às nossas carências, medos e preocupações, na estúpida crença de que o mundo vai parar para consolar-nos.

Não está errado colocarmos em primeiro lugar a nossa vida.

Porém, não está certo culpar os amigos, o vizinho, o cachorro, o governo, o país, o tempo ou o mundo.

Existem algumas certezas, além da morte:

-Tudo é energia; Einstein já dizia. E realmente, é. Tudo é energia. Não só a parte óbvia.

-Tudo tende a se transformar.

-Tudo acontece de dentro para fora; É algo imenso, intenso. Temos controle sobre nós, quando entendemos isso. E sim, é possível ter total domínio sobre quem somos.

O que nos difere dos demais seres vivos que temos conhecimento, é nossa capacidade de raciocínio.

Seríamos muito inúteis, se tudo o que sabemos sobre “ser humano” tivesse limite.

Não seremos a geração mais evoluída. Não veremos boa parte dos nossos sonhos em relação à humanidade, realizados.

Mas podemos ter certeza de que há muito mais a ser explorado em nosso interior.

Somos mentes infinitas.

A morte é só o fim de um dos caminhos.

Estudamos livros, nos prendemos em instituições e planejamos uma vida financeiramente adequada.

Pra quê?

Para vivermos como pessoas comuns, uma vida comum, dentro dos padrões da sociedade moderna. Com isso, obter o aclamado “sucesso”.

Esquecemos, realmente, que o que nos faz livres é o livre-arbítrio de ideias, mais do que o de decisões.

Não estudamos as pessoas, os olhares, os sentidos, os nossos sentidos.

Nos colocamos à frente dos outros quando temos um poder aquisitivo maior.

Desprezamos quem preza pela vida em sua magnitude. Quem muito é, com o pouco que tem.

Somos contra a desigualdade, mas nos separamos em grupos.

Volto à dizer que procuramos respostas, mas não fazemos perguntas.

Inventamos alguém que não somos, apenas por medo de assumir a nossa verdadeira identidade.

Você não é o que você come, nem o que você veste, muito menos o que você fala.

Esqueça as frases feitas.

Somos o que pensamos lá no âmago. No íntimo. Aquilo que ninguém vê, que ninguém ouve, que ninguém sente.

Aquilo que passamos a vida toda tentando compreender, tentando moldar, tentando mudar.

Somos o que queremos, QUANDO quisermos ser quem somos!

Taie
Enviado por Taie em 24/02/2015
Reeditado em 05/03/2015
Código do texto: T5149163
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