COISAS INCONGRUENTES

COISAS INCONGRUENTES

Greves e manifestações

Tem coisas no Brasil que a gente vê por aí, mas não se convence, pois certas atitudes apontam para outras realidades. Refiro-me às greves. Toda semana pipoca aqui e acolá uma greve, seja dos funcionários públicos, dos professores, pessoal da saúde, bancários, judiciário e outras tribos menos votadas. Na maioria dos casos, as reivindicações dos grevistas são corporativistas e um pouco hipócritas, e por conta disto, incongruentes.

Vendo o que fazem professores e funcionários, tocando tambores, batendo pratos, usando apitos, com narizes de palhaço, batendo panelas e gritando palavras de ordem, eu fico me perguntando o que fariam essas pessoas se em suas escolas os alunos, o público dos bancos e a clientela das repartições – muitas vezes mal atendida – fizessem algo parecido com o mau exemplo dos grevistas. O que diriam? O que fariam? Imaginem um grupo de alunos usando apitos porque o professor não compareceu à aula?

Sempre que a mídia entrevista um grevista ele elenca uma série de reivindicações, começando por “melhores condições”, “instalações adequadas” e – por último – aumento de salário. Ora, nós sabemos que qualquer categoria não se liga muito na melhoria de condições, mas se preocupa prioritariamente com a melhoria e/ou correção de sua remuneração. Isto é hipocrisia, pois usam as “melhores condições” como uma cortina de fumaça para confundir a opinião pública, quando o ponto de interesse é o financeiro.

Outra coisa, nas greves o que sobressai é a postura incongruente dos manifestantes quanto às reivindicações. Eles falam em melhorias das estruturas e aumento de salário. Depois de aumentados se esquecem de postular as melhorias, que entra-ano-sai–ano se tornam cada vez piores. A “otimização de estruturas” é uma pano-de-fundo hipócrita para cooptar a opinião pública. As manifestações populares de alguns grupos chegam a ser hilárias. Na semana que passou vi grupos fecharem as ruas da capital contra os transgênicos, outros protestaram pela invasão da Síria pelos terroristas. Outros reclamam da conta da luz, da falta de água, das torres da telefonia celular, etc. Só faltaram protestos contra as inundações na China...

Não vou falar nas greves do Judiciário, pois lá, com ou sem greve a gente não chega a notar.

Grêmio

A diretoria do Grêmio, já chamada por parte da torcida de “bananas de pijama”, depois de pagar uma fábula de dinheiro a Felipão e sua comissão técnica por uma campanha pífia, está agora fazendo economia e exigências com técnicos competentes e de salários de quase dez por cento do que foi pago aos antigos marajás. Falta ao inexperiente presidente Bolzan mais visão e uma postura mais profissional.