O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA

A violência, em qualquer circunstância, é repugnante e condenável, mas ganha perfil animalesco, quando é originária de desigualdades sociais que levam o indivíduo a situações humilhantes de miséria e abandono. E esta situação faz com que presenciemos a cada dia, e de maneira cada vez mais crescente, muitas pessoas agirem como se não fossem humanas, praticando atos extremamente vergonhosos para a moral e assim, o caráter, que é o que diferencia o homem dos animais acaba por esvair-se, fazendo que ambos pareçam iguais.

Na verdade, o fenômeno da violência é antigo, mas é estarrecedor o que vem acontecendo em nossos dias atuais. O consumismo vem gerando exacerbadas ganâncias e muitos são aqueles que se arruínam nessa imposição capitalista e se enveredam na vida do crime. Fecham os olhos para as consequências e passam a matar e roubar para saciarem seus desejos, cujo único propósito é tirar do outro as suas posses. Esse tão pecaminoso intento ganha força, principalmente, porque a lei é branda para marginais, e muitos crimes são cometidos sem que se descubram os autores.

Muitos são os fatores que levam a esse estado de coisas, mas a concentração de renda nas mãos de alguns privilegiados e os níveis precários de educação do país são, fundamentalmente, o alicerce da violência.

Nada justifica a criminalidade, mas, é evidente que, havendo tantas desigualdades, surjam revoltas de grande parcela da população e isso se torna o ponto de partida para os tendenciosos ao crime.

Não há outra saída, a não ser acabar, preliminarmente, com a violência moral que separa as pessoas pelo poder que alguns exercem sobre outros em determinados cargos públicos ou mesmo privados. O país sofre, mais do que nunca, da carência de políticos honestos, que se comprometam com a sociabilidade dos mais necessitados.

Causa estranheza e dor sabermos que, por mais que haja investimentos na área educacional, tais recursos ainda não são suficientes para disseminar a almejada paz nas escolas. Pelo contrário, o bullyng ganha força sempre mais, e hoje, está se tornando comum os alunos brigarem também com os professores, que, indefesos, já não representam referências de respeitabilidade para eles.

Em contrapartida, os professores clamam e choram ao presenciarem essa brutal realidade que vem fazendo com que a escola que deveria ter uma forma eficaz de combate à violência venha a perder o pouco da força que lhe resta.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 11/07/2015
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