COTAS RACIAIS NO BRASIL - O NEGRO, O ÍNDIO E O BRANCO.

COTAS RACIAIS NO BRASIL. O NEGRO, O ÍNDIO E O BRANCO.

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O Brasil é o país de todos, contudo, para sê-lo de verdade, precisamos mudar a sua estrutura social. Em busca desse objetivo, mister se faz que tenhamos um olhar ainda mais cívico e humano sobre a Lei do Sistema de Cotas.

Compreendo intimamente que ela não teve a intenção e nem veio para dividir, e sim, procurar tornar a nossa sociedade mais justa. Já é, com certeza, um grande avanço, todavia carece de maior força, de ganhar significativamente maior amplitude.

Explico:

O nosso povo hoje é formado por 50% de irmãos brancos e 50% de irmãos afrodescendentes e pardos, mais os irmãos índios.

Assemelhamo-nos a uma família, onde o pai é branco (ou vice-versa) e a mãe é negra/índia (ou idem). Esse casal gerou uma prole de negros e pardos, brancos e índios.

Qual deveria ser então o comportamento lógico destes pais , ao distribuir benefícios aos seus filhos? Claro que a resposta seria dar a cada um, partes absolutamente iguais do que esse grupo familiar tem de bom sem levar em conta a sua aparência.

E é justamente o que estabelece nossa Carta Magna, que em seu Artigo 5° reza categoricamente: "Todos são iguais perante a Lei." Ora, será porventura que deste artigo emana a ideia de que - "que vença o melhor", ou "o mais sábio", ou ainda, " o melhor preparado"? Ou desta norma legal pétrea se depreende que deva ser dada a cada um, a mesma parte de bondades? É ponto pacífico o entendimento que seja a última resposta.

É fato cimentado também que os nacionais brancos tem e possuem uma condição social, econômica e cultural largamente melhor do que pardos, negros e índios. Não vamos e nem devemos aqui esmiuçar a história presente, recente e passada para sabermos o porquê dessa verdade e nos abstemos aqui de discuti-la. Compreendamos apenas, que devemos ter na mente a consciência desse fato. Importa-nos saber essa realidade de que os primeiros estão claramente em vantagem competitiva em relação aos segundos.

Brota então deste entrave a deusa má da injustiça, a qual precisa ser combatida. Algo de muito grande e forte precisa ser feito no intuito de vencê-la. Não há como afastar a verdade que os negros e pardos perfazem 50% da população do país e precisam assumir de vez os seus 50% de direitos e obrigações pátrias, que é o quinhão ao qual fazem jus. E como resolver esta questão?

Para tanto e na busca da vitória, defendo que em qualquer vestibular ou concurso público que possibilite dar aos melhores classificados chances de cursar universidades ou de ter empregos públicos, deve o total de vagas ofertado ser dividido, 50% para os irmãos negros e pardos e 50% aos irmãos brancos (dos índios falaremos logo abaixo). Cada grupo disputará entre e com os seus, na sua parte. Negros e pardos concorreriam entre si no seu percentual e os brancos, idem no seu outro.

Dessa forma, teríamos os melhores classificados irmãos negros e pardos assumindo os seus 50% disputados, e, também, do outro lado, teríamos os melhores classificados irmãos brancos, fazendo a mesma coisa com os seus outros 50%.

Contudo este que escreve quer a compreensão do leitor, porque ainda tem-se que se especializar um pouco mais.

Aos aqueles de baixa renda existentes nos dois grupos, àqueles no qual a pobreza é real e lhes abraça com mais força e persistência, precisam ter uma cota de participação de socorro em cada um dos grupos. A eles, não importa se brancos ou negros, o problema ainda persiste e suas mãos continuam estendidas em nossa direção clamando por socorro e ajuda. Caso a sociedade organizada não faça algo de extraordinário para alçá-los da baixa condição social e penúria em que se encontram, que chances terão em sair de lá? É uma questão de premente humanidade, é questão de dever cívico legal, de auxílio e de ajuda. É ofertar uma chance, uma oportunidade, para quem simplesmente não a tem.

E, neste caso a princípio, creio que o percentual PARTICIPATIVO DELES EM 20% de cada grupo, é um bom escore a ser fixado.

Aos índios, dado o seu reduzido número populacional frente às duas em referência, o nosso carinho há de existir especializado, dirigido, na forma de uma escolaridade boa, para que eles tenham acesso à todos os estágios da educação e emprego, sem que precisem concorrer. Inquestionavelmente devem ter prioridade sobre as duas populações de irmãos e obter vagas sem concurso onde quer que elas existam.

Os jovens indígenas que almejem se integrar à sociedade de uma forma diferente dos seus antepassados e tornarem-se cidadãos comuns, terão tratamento privilegiado e acompanhado, dispensando-se deles concursos ou disputas. Em assim sendo, sempre há de se reservar percentuais "pensados" afim de alocar os indígenas nestas tais"oportunidades".

A minha intenção, da mesma forma que a Lei de Cotas já existente, não é dividir a população em três grupos de brasileiros, porém, ter um gesto distributivo de oportunidades coerente e racional para com todos os habitantes do Brasil. A tonalidade de cores vista nas ruas, cidades e qualquer recanto da nossa terra, deve, têm que se derramar como o ar que respiramos por todos os recantos da pátria. A face, a cara, o rosto do brasileiro deve espelhar-se por igual em todos ambientes públicos e privados em todos os níveis. Sendo extensivo e repetitivo por melhor clareza, as cores do povo precisa existir semeada por igual nos Ministérios da União, em todos os órgãos estatais federais, estaduais e municipais. Ainda no exército, marinha e aeronáutica, inclusive oficialato. Nos bancos estatais, polícias federal, militar e civil, judiciário, todos os sindicatos e partidos políticos. Estes últimos devem ser obrigados a lançar candidatos em igual número percentual de irmãos visando fazer-se ouvir um tom de voz realmente similar na política entre os eleitos. Agora, a igualdade de cores existentes nas ruas e inexistentes nas oportunidades por mim citadas acima, é a prova cabal dessa gritante injustiça social, e isso tem que acabar, e rápido.

Implantadas tais regras na área pública, estas ainda precisariam ser estendidas por sobre toda a estrutura econômica privada, principalmente nas mídias escritas, faladas e televisivas. Também nas novelas, teatros e em qualquer programa de variedades.

Não há o que se discutir, não há mais nada o que se dizer. Não se pode num país de metade por metade, uma metade administrar a outra. A administração do país precisa e têm, que ser pensada e compartilhada, numa perfeita divisão de direitos e obrigações entre as duas partes.

É ESSENCIAL LEMBRAR AOS LEITORES, QUE EM TODO O ESPECTRO DESTE SISTEMA DE COTAS QUE SUGERI, NÃO PODEMOS ESQUECER DE FORMA ALGUMA DAS MULHERES E O SEU DIREITO DE IGUALDADE ABSOLUTO FRENTE À POPULAÇÃO MASCULINA. NA MINHA OPINIÃO, SEM DÚVIDA ALGUMA, A QUALQUER COR QUE ELAS PERTENÇAM, NÃO HÁ COMO NÃO AFIRMAR QUE ELAS TEM O DIREITO A 50% NOS PERCENTUAIS CITADOS E DISCUTIDOS. OU O BRASIL LHES DÁ SEUS ÓBVIOS DIREITOS, OU RASGAMOS NOSSA CARTA MAGNA E A JOGAMOS FORA!

Sei que há leitores acusando-me que em assim procedendo, estaremos dividindo o país em dois povos. Ora, eu já lhes respondo: não sou eu quem os dividiu. Ele já estava dividido antes deste meu artigo e foi esta divisão que me motivou a escrevê-lo. Só não vê, quem não quer.

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ATHOS DE ALEXANDRIA - 28/12/2015.

Senhores leitores! Creio ser preciso reforçar o que penso à respeito do artigo acima. Nosso pais tem sim hoje, uma população constituída por 50% de brancos, mais 50% de negros e pardos, mais os indígenas. Somos então por assim dizer, meio a meio de um todo. Consideremos o Brasil uma mesa posta, hora do almoço. E quem é chamado sentar-se à mesa e comer? O leitor tem certeza absoluta, afirma com toda a segurança que os comensais desta seriam de 50% de negros e pardos e 50% de brancos? Verdade? Ou a tonalidade dos que estão à mesa seria fortemente branca? Pergunto: Qual é o critério usado para dar-se o convite de assentar-se à mesa? Quem participou da discussão de como e a quem seriam dados estes convites? Eu sei, sem medo de errar, que assentam-se à mesa os mais cultos. Daí o tom sobejamente maior, branco. Então, concluo e deduzo, que ser culto é um privilégio, e quem tem esse privilégio TEM MAIORES DIREITOS, do que aqueles sem cultura suficiente. Ora, mas eles são metade da população e por serem metade da população, porventura não teriam O DIREITO à sua metade, 50% dos lugares à mesa? O que afinal é maior? O DIREITO ou o PRIVILÉGIO? Mas o que estamos aqui discutindo? Privilégios ou DIREITOS? Ora, se 50% da força de trabalho da nação, não tem direito pleno de sentar-se à mesa e fazer uso da sua parte, que por sinal obviamente lhes cabe, o que eu, branco, vou dizer a eles? Poria eu, porventura, a mão aberta em seus peitos, impedir-lhes-ia a entrada, e diria com força: "Esperem, fiquem aí! No dia que vocês tiverem cultura igual a minha, vocês se sentarão à mesa!". É assim estimados leitores, que devemos eu e os senhores fazer? É este o nosso comportamento certo, correto e justo? Quer dizer que eles pagam de forma igual a todos os impostos que os 50% dos brancos pagam, contudo eles não tem direito a 50% das vagas universitárias públicas e oportunidades de empregos públicos. E sou eu, o branco, quem decido?

Athos de Alexandria - 25/01/2016.