UM LADO DA IMPRENSA

Não discuto o papel, fundamental, da imprensa: Informar; propor o debate; instigar a informação. Assim, a critica ao qual proponho nestas linhas, não é destrutiva e sim uma, singela, colaboração para o momento que vivemos em particular no Brasil nos últimos anos.

Primeiro o sensacionalismo. Tal via expõe as mazelas. Corpos, sangue, gritos. Porém, a exploração das imagens não significa textos que informam, ou seja, fica tudo a mercê da emoção. E aí, temos ainda o posicionamento da linha editorial do veiculo que em alguns casos, fica bem claro.

Segundo, o show. Pode até parecer que tal ponto poderia ser parte do sensacionalismo, mas vejo alguns aspectos bem diferentes. Começo com um exemplo. Até o lamentável falecimento brutal e covarde do cinegrafista Santiago Andrade, numa das “manifestações” registradas no Rio de Janeiro, boa parte da imprensa fazia das intervenções de alguns grupos, verdadeiros golpes de cidadania. Vilão era o estado, que por meio da Policia, “maltratava” os meninos e meninas que exerciam suas cidadanias, destruindo, queimando, promovendo algazarras e em alguns casos, ameaçando pessoas e, pasmem, jornalistas. Um outro exemplo é que sempre que acontece uma morte numa comunidade, a versão que vai a publico é que o Agente Policial é o causador, isso ouvindo só uma parte da versão, o que nega o papel jornalístico que é ouvir todas as versões. Mesmo quando, a primeira versão é desmentida, ainda assim alguns órgãos procuram dados que sustentem a versão original.

Terceiro, é quando morre um Policial. Basta acompanhar os noticiosos para constatar se o tratamento é mesmo no que tange a morte de um meliante.

Concluo com uma pergunta: O que o jornalismo brasileiro quer? Informar ou massificar? Ter suas opiniões concebidas como verdade ou propor o debate e deixar que o leitor, espectador, ouvinte cheguem a suas próprias conclusões? A quem interessa uma cobertura tão parcial no que tange aos agentes do estado? Confiante que o papel da imprensa ainda pode ser revisto e ratificado, pergunto e deixo as respostas para quem lê este breve artigo.