Somos o que somos, ou o que pensam que somos?

“ A velocidade da transformação social é uma função do querer individual porque, não ganhamos senão todos.”

Existem diversas evidências estampadas por aí, ora em capas de revistas, em jornais e letreiros, na televisão e por todo o cyber espaço, de que a humanidade vem mudando seus hábitos, costumes, crenças e opiniões gradativamente. Os americanos elegeram um presidente negro, já os brasileiros, uma mulher. Os países orientais, outrora considerados fracos economicamente, agora ressurgem com sua esmagadora capacidade e seus incríveis recursos, o que os fazem crescer cada dia mais e mais. Apesar disso tudo, de acordo com Alexandre Penante da Rocha¹, as pessoas estão muito mais interessadas no crescimento das redes sociais e suas evoluções.

Essa atração, em seu entendimento, se trata do ser humano em si ainda pensar nisso como uma espécie de voyeurismo, por medo ou insegurança, onde observar se torna mais seguro e proporciona o prazer necessário para o internauta, que se mantém ali apenas por uma questão de conhecimento informativo, com o fim de não se tornar mais um alienado. Outros, com uma barreira para a “idade mídia” bem menos espessa, usam seu espaço virtual para criticar sem serem julgados, aprender coisas que talvez nunca tivessem coragem de perguntar, abrir extensas conversas que mais se assemelham às salas de bate-papo ou dramatizar os acontecimentos de suas vidas como se estivessem em um palco.

E quanto mais o tempo passa, menor é o número de integrantes da sociedade que percebem que as redes sociais são muito mais do que apenas um desabafo pessoal, elas são uma poderosa fonte de distribuição da informação, um elo entre classes sociais e gerações. Mas são muitos os que não percebem que o mais importante acontece em tempo real, com os amigos, os familiares e todos os outros círculos de afinidade que temos do lado de fora da tela. Alexandre compara o fenômeno das redes sociais com a criação da democracia, já que o primeiro causou uma “disruptura civilizacional” tão gigantesca que não existe evento algum compatível com sua revolução, com exceção da feita pelos Romanos tantos séculos atrás. “A equação preguiçosa da transformação social é uma função do nosso querer, pois todos sabemos que não há mudança sem vontade.” – Alexandre Penante Rocha.

Mesmo havendo essa força que age como uma regra e nos faz pensar que se não agirmos e compartilharmos como um todo, jamais progrediremos ou avançaremos, de acordo com Penante, precisamos ensinar as antigas gerações, que ficaram inconscientemente para trás, à lidar com essa nova forma de interação social, e só assim, poderemos acelerar na forma que as maquinas e a internet vêm nos persuadindo à fazer.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ¹Graduado em Processamento de Dados, Especializado em Redes de Computadores e atualmente cursando Licenciatura em Ciência da Computação na UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia. Atuante na Coordenação de Ensino Profissional na SEDUC – Pará. 09-11-11/16:30

“Ao nascermos, não somos um papel em branco, nem tão pouco um computador com todos os programas instalados. Somos um meio termo, e principalmente, somos seres em potencial.” – Odair J. Comin. Já para Odair J. Comin², somos seres em potencial, já nascemos assim, como folhas de papel meio escritas, influenciados por nosso redor e tudo o que há nele. Como um sistema à ser explorado, vagamos coletando informações e guardando dados de tudo o que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos ou aprendemos, assim, estamos em eterna fase de aprendizagem.

Como um diário virtual, nós guardamos em nossos vastos GB de memória toda e qualquer informação que nos for lançada, um noticiário na TV, por exemplo, uma conversa entre amigos, as fofocas do dia na sala de aula, e assim vamos crescendo e nos transformando num aglomerado de dados, datas, informações e acontecimentos. De acordo com Comin, as redes sociais são mais uma dessas portas que se abrem para utilizarmos o externo como nossa maior fonte de autoconstrução. Com isso, acabamos servindo como exemplo para os que nos cercam também, e assim como recebemos e guardamos informações dos que nos rodeiam, passamos e liberamos dados (nem sempre positivos ou altruístas) sempre que estamos num círculo social. Devido à esta razão, nos preocupamos cada vez mais com o que acham de nós, com o que pensam sobre nós, e menos com o pensamos sobre nós mesmos. “ Quando dirigimos o olhar para o externo, o fortalecemos, em contra partida, enfraquecemos o interno.” – Odair J. Comin.

Em sua análise sobre o comportamento humano nas redes sociais, Comin defende que o ser humano vive com a débil idéia de que “Falam de mim, logo existo”, então, quanto mais polêmicos, inconseqüentes, antiéticos e dramáticos são, mais as pessoas pensam que vão atingir uma espécie de topo da cadeia social virtual. Porém, segundo ele, se tudo o que tivermos pode ser tirado de nós em algum momento, nada temos, pois nos tornamos ocos. E toda essa informação vinda de fora, se torna inútil perante o fato de que nada somos sem nossas virtudes, nossos princípios e nossa essência, a coisa mais importante e rica que podemos tirar de dentro de nós. Não se mostrando contra a “idade mídia”, já que Comin acredita que o mundo também acontece virtualmente, permanece a idéia de que o pouco que há no interior humano vale muito mais do que as toneladas vistosas, aparentemente ricas e brilhantes que o exterior trás e nos bombardeia todos os dias. E é esse interior que nos distingue uns dos outros, o que nos torna únicos. “Valorize o que está dentro de si, logo exista.” – Odair J. Comin.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ²Odair Comin, Psicólogo Clínico Especialista em Hipnose e Escritor, Autor do livro: Filoterapia - Conhece-te a ti mesmo. 09-11-11 / 17:15

Ladra de Tinta Seca
Enviado por Ladra de Tinta Seca em 02/02/2016
Código do texto: T5531050
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