EDITORAS PREPARAM LIVROS QUE AJUDAM A ENTENDER A POLÍTICA E O MOMENTO DO PAÍS (Estadão – Maria Fernanda Rodrigues).

De Zygmunt Bauman a Guilherme Fiuza: veja o que as editoras lançam nos próximos meses

NÃO FICÇÃO

Editoras preparam livros que ajudam a entender o momento

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Um dos maiores pensadores da modernidade, Zygmunt Bauman acaba da lançar no País Estado de Crise, escrito com Carlo Bordoni e que fala, entre outras coisas, sobre como os governos estão cada vez mais impotentes para gerenciar crises e os cidadãos, mais insatisfeitos com os governantes. Pois em setembro chega às livrarias outro livro do sociólogo polonês de 90 anos. Babel, em parceria com Ezio Mauro, trata do tempo em que vivemos – um tempo entre o que não é mais e o que ainda não é. Os dois livros são da Zahar, que lança, ainda, em maio, Protesto: Uma Introdução Cultural de Movimentos Sociais. James M. Jasper, o autor, é professor de sociologia da Universidade de Nova York e especialista nos aspectos culturais e emocionais dos movimentos sociais.

NÃO FICÇÃO – 2

Pensar a democracia

A Boitempo lança em abril, com a presença dos autores Pierre Dardot e Christian Laval, A Nova Razão do Mundo. Pouco ortodoxos, eles conciliam investigação histórico-social e psicanálise. Entre alguns aspectos da obra está a investigação da desativação do jogo democrático e até mesmo da política como atividade. Para eles, o sistema neoliberal está nos fazendo entrar na era pós-democrática.

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No segundo semestre, ela lança Desigual e Combinado: Capitalismo e Modernização Periférica no Brasil do Século XXI, coletânea organizada por André Singer e Isabel Loureiro sobre os processos de mudança ocorridos a partir da crise de 2008 com base nos eixos Coalizões de classe e sindicalismo hoje, Resistência, pobreza e política e Gestão cultural da pobreza, representações de classe e crítica cultural.

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A UFRJ está em fase de revisão de Dissidências, do cientista político argentino Guillermo O’Donnel – sobre democracia e autoritarismo.

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Sobre essas questões, vale comentar os dois volumes lançados recentemente pela FGV de História e Memória das Ditaduras do Século XX, com artigos de pesquisadores sobre regimes totalitários e seus efeitos.

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Dia 30, a Alameda lança À Espera da Verdade – Empresários, Juristas e Elite Transnacional – Histórias de Civis que Fizeram a Ditadura Militar, também coletânea de artigos organizada por membros da Comissão da Verdade. Outro título recente da editora: A Justiça na Sociedade do Espetáculo, de Pedro Estevam Alves Pinto Serrano.

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A Geração – de A Outra História da Lava Jato, entre outros – fecha, em alguns dias, o contrato para a edição de Diário do Golpe, e então revela seu autor.

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A Record, que editou recentemente Como Ser um Conservador, de Roger Scruton, lança, na semana que vem, Que Horas Ela Vai?. No livro, Guilherme Fiuza apresenta, por meio de verbetes, o que ele define como “diário da agonia” de Dilma. Para maio, a editora prevê Collor Presidente: Trinta Meses de Turbulências, Reformas, Intrigas e Corrupção, de Marco Antonio Villa.

JORNALISMO

Outras guerras

O jornalista Diogo Schelp e o fotógrafo André Liohn lançam, pela Contexto, em abril, Correspondente de Guerra: Os Perigos da Profissão Que se Tornou Alvo de Terroristas e Exércitos. A obra traz mais de 30 imagens do fotógrafo, que foi premiado com a Robert Capa Gold Medal por sua cobertura da guerra civil do Líbano.

INFANTIL

Olho no futuro

Um bom debate no Goethe, promovido pelas editoras Pulo do Gato e Iluminuras, no dia 1.º: Juca e Chico – Irreverência e Provocação na Literatura Infantil: Diálogos a Partir da Obra de Wilhelm Busch. Das 18h às 19h15, Marisa Lajolo e Ricardo Azevedo discutem o tema Travessuras Literárias: Dois Travessos em Sete Perversas Aventuras. Depois, das 19h45 às 21h, Christian Dunker, Stefanie Kastner e Claudia Cavalcanti participam do encontro Wilhelm Busch e Juca e Chico – Obra, Infância e Sociedade. A mediação será dos editores Márcia Leite e Samuel Leon.

Estadão – Maria Fernanda Rodrigues