TEM WI-FI AQUI?

TEM WI-FI AQUI?

Se não tem, a presença é breve, afinal, lugar que não possui wi-fi não pode esperar que as pessoas permaneçam.

Ter wi-fi, nos dias de hoje, é condição sine qua non para agradar ao amigo, ao familiar, a qualquer pessoa que pretenda estar em sua casa ou estabelecimento comercial noturno.

A necessidade de manter-se conectado é tão primordial, que, em maio de 2016, um juiz de primeira instância de um dos Estados da Federação decidiu suspender os serviços do aplicativo WhatsApp, causando uma verdadeira convulsão nacional. O argumento para a suspensão do serviço foi o não cumprimento de determinação judicial para fornecer informações necessárias à investigação criminal. Essa não foi a primeira vez que a justiça brasileira determinou o bloqueio do aplicativo em todo território nacional. Em todos os casos, porém, a cassação da decisão judicial se deu poucas horas depois de realizado o bloqueio, por intermédio de liminares.

No país só se falava sobre a interrupção do aplicativo e no exagero da punição e de que a população não era ré no processo, portanto, não poderia perder seu direito de acessibilidade a esse sistema de tecnologia. A insatisfação foi generalizada. Tivemos, inclusive discussão sobre conflito de competência, levando magistrados de alguns estados brasileiros a se posicionarem sobre a matéria, contrários à decisão do bloqueio, causando, na verdade, uma possível insegurança jurídica com os atos em questão. O clamor social, certamente, se sobrepôs à decisão punitiva, na busca frustrada de obter informações necessárias ao deslinde de ações criminais, a ponto de o bloqueio durar por bem menos tempo que foi determinado pela justiça.

Vejo com isso que estamos nos afastando do nosso sentimento de pátria, quando deixamos de apoiar um magistrado que exige de uma empresa norte-americana (EUA) que forneça informações necessárias de crimes praticados em território nacional, fazendo uso dos recursos tecnológicos disponibilizados pela empresa.

Estamos tão envolvidos pela necessidade de conexão que a internet se tornou um atrativo dos lares, restaurantes, bares, hotéis, aeroportos, shoppings e tantos outros lugares que têm por premissa o recebimento de pessoas e se preocupam em ofertar esse tipo de serviço, além dos costumeiros de cada ambiente. O ter ou não wi-fi pode indicar o sucesso de um negócio.

É sabido, contudo, que em alguns bares pelo Brasil afora, existe uma política de propagar o bate-papo e esquecer, enquanto estiver naquele ambiente, do famoso wi-fi e investir no diálogo e nos relacionamentos interpessoais diretos. Muitos têm conseguido bons resultados com esse procedimento e para tanto, utilizam as mais variadas alternativas, como ter copos que dependam que sejam escorados com o celular; informações do tipo: "Aqui não tem wi-fi, podem conversar.", entre outras atitudes criativas.

O que é bom termos em mente é que nunca devemos admitir que o estar conectado com o mundo e as relações virtuais sobreponham à convivência e aos relacionamentos pessoais. Esses sim ajudam-nos a crescer e aceitar as pessoas como de verdade elas são e não como se mostram nas redes sociais, alimentando positivamente nosso imaginário. Precisamos mais de mundo real e menos virtual.

E você de que lado está? Do lado dos que não se desconectam ou do lado dos que preferem uma boa conversa, num mesmo espaço físico, olhando nos olhos do seu interlocutor e vendo o balbuciar dos seus lábios e, com suavidade sentindo as palavras adentrando em seus ouvidos?

Saúde e paz a todos!!!

Obs.: Com a velocidade da tecnologia, o que substituirá o wi fi?

DEUS É BOM!!!

João Carlos Lima Ferreira
Enviado por João Carlos Lima Ferreira em 23/05/2016
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