Fim da farsa

Fim da comédia – Haroldo / RJ – out/2016

A teatralização da implantação na Rocinha em 2012 com exibição na TV, foi montada para que turistas do planeta "sentissem" segurança em reservar aposentos nos hotéis para participarem das Olimpíadas em 2016!

A cena de bandidos fugindo pelas matas mostrou bem que não havia interesse em prende-los. Afinal, muitas autoridades são patrocinadas por eles. Gente do tipo que desvia valores de hospitais da própria PM.

Os fugitivos se espalharam por localidades periféricas (praias e serras) à uma hora de distância dos bairros onde residem os compradores de drogas que alimentam esta "indústria".

A tal UPP que deveria abranger criação de serviços sociais para efetivamente descontaminar as comunidades participantes, nem mesmo tomaram conta do "território". Simplesmente passaram a conviver com "bocas de fumo" a menos de 100 metros de seu QG local.

Policiais em contingente inadequado, sem armamento eficaz, dentro de "cabines" mais finas que blocos de gesso (e mal localizadas) e sem outros equipamentos necessários para o real combate ao crime, passaram a servir de alvo aos meliantes em melhor situação.

E sucessivamente começaram a ser assassinados numa escala inadmissível. Sob o complacente (e conveniente?) olhar da autoridade máxima (que depois das pomposas festas em Paris abandonou o barco à deriva).

E agora, após término das Olimpíadas, os tiroteios diários comprovam a falência do projeto e nos dão a certeza de que nem rezando teremos garantias de voltar à segurança do lar (às vezes invadido por gatunos e balas perdidas) para rever a família igualmente aterrorizada.

Aquela turma do "black bloc" que brigava por 20 centavos agora não sugere nenhuma proposta para mudança deste nojento cenário.

Resta-nos apenas torcer para não sermos o "alvo da vez". Ou mudarmos para o pacífico Iraque.

Quando tivermos uma folga no “smart”, é claro.