As duas faces da moeda

Assim como cada um do seu lado defende seus interesses, também cada um deveria analisar a razão do outro. Recentemente, numa simbologia, duas pessoas olhavam para o mesmo número, visto de posições contrárias. Para um, era o número seis; para o outro, o número nove. E discutiam, contundentemente, cada um se achando com a razão, acusando o outro de estar errado.

Isto nos fez lembrar uma historinha antiga, do tempo da cavalaria andante. Dois cavaleiros, vindos de direções contrárias, encontram-se exatamente diante de um grande escudo. E um deles exclama: “que lindo escudo de ouro!”

Enquanto isso, o outro exclama: “que lindo escudo de prata!”

E estas exclamações os levam a uma contenda, cada um acusando o outro de teimoso: “não vê que é de prata?”

_ “Não vê que é de outro?”

E sacam suas espadas, e ambos caem feridos, ensanguentados.

E surge um terceiro cavaleiro e pergunta-lhes o motivo daquela contenda.

_ Pela teimosia do meu opositor. Cada um acusando o outro de cego, por não enxergar que o escudo era de ouro ou de prata.

E o terceiro cavaleiro olhou os dois lados do escudo e disse: “todo esse sangue teria sido evitado, se cada um tivesse tido a preocupação de examinar as duas faces da questão”. De um lado era realmente de ouro; do outro, de prata.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 26/01/2017
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