BRASIL, UM PAÍS QUE SÓ “VENDE O SOFÁ”

Dizem que somos o país da piada pronta.

O meu pensamento sobre sociedade, por ANALOGIA, se reporta àquela anedota que quase todos conhecemos, que é uma piada pronta bem cultural por aqui, na qual o marido flagra a esposa namorando com o vizinho no sofá da sala, pensa numa solução exequível e genial e vende a mobília para solucionar o problema.

Ahã...

Historicamente, ao menos nos últimos tempos mais flagrantemente, vimos o nosso país sedimentado nas soluções paliativas dessa piada pronta em vários quesitos da nossa evolução civilizatória cada vez mais involuída.

A exemplo, outro dia, se noticiava que uma capital do sudeste do país colocaria um aplicativo de celular para que os usuários de coletivos, vítimas duma epidemia de assaltos e latrocínios dentro deles, se conectassem imediatamente com a polícia em casos de suspeita de tais crimes.

A população bateu palmas...

Ahã...

Mortes no trânsito?

Só falta ser proibido ter automóvel, motos e bicicletas numa cidade cuja mobilidade é cronicamente insustentável, inclusive pelos sofás desovados aos montes, que obstruem todos os caminhos.

Então, se montou radares para se detectar qualquer objeto circulador não identificável...que ande a mais que zero por hora.

Multa nele! E das impagáveis.

Ahã...

Recentemente também se cogitou a diminuição da maioridade penal para a resolução de crimes BÁRBAROS praticados pelos “de menores” que sequer sofás têm.Que dirá o tudo minimamente digno.

Ahã...

Outro exemplo que instiga o pensamento: em franca desagregação familiar, social e urbana implementada pela drogadição, em meio ao nosso sistema penitenciário que representa o inferno na terra, com o "bum" sociológico da disseminação das cracolândias pelas cidades do País, franco termômetro da falência incompetente de tudo, então se cogita a descriminalização do porte de drogas, do seu uso ou sei lá o quê seria , para se aliviar a super lotação e a desumanização do sistema prisional.

Já que droga é remédio...melhor ainda. Viva!

Ahã...

Agora mais recentemente, nos vimos atolados em lixo pelo país inteiro, e aqui em Sampa, faz tempo que a situação saiu do controle. Se o Aedes Aegypti falasse ele nos agradeceria pela manutenção otimizada do seu habitat.

Obviamente que o mosquito, tipo, já super-mega-master mutou para SUPORTAR TANTO LIXO em suas águas primariamente “limpas” para a sua reprodução.

Solução, tipo, para o lixo desovado a céu aberto? Multas.

Ahã...

O curisoso é se perguntar como uma sociedade de quatorze milhões de desempregados, com crônica ocupação desordenada de solo, com lares em barracas armadas pelas calçadas das vidas sem soluções, com as ruas transformadas em feiras livres de subsistência pelos bairros da cidade, vai pagar multas pesadas se não tem sequer como comprar pão e bananas.

Ahã...

O ar está poluído e você está respirando?

Ara, eu tenho a solução: Tipo...pare de respirar! Super simples!

E nem é nome de imposto!

É, tipo...legítima defesa.

E por aí vai, com a possibilidade do meu pensamento se agraciado com mais um “sofá da hora” , super genial, para ser vendido por aí.

Ah, e diante de tantos “sofás sociais” inúteis ,degradados, negligenciados pelas não soluções de base, fica o aviso: seja EDUCADO e não os jogue ...nos nossos rios, nem nos nossos mananciais.

Ahã...

Boa educação para todos.

Esse é o único sofá que não tem preço...no mercado só das especulações resolutivas.