Nossas crianças

NOSSAS CRIANÇAS

Por Luiz Antônio

O notável sábio e doutor da igreja, Santo Agostinho, nos faz a seguinte advertência em O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo, vê-lo entre os espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso".

Diante da assertiva supra exposta, cabe-nos fazer algumas reflexões, enquanto pais modernos, contemporâneos e antenados.

1. Os limites do ter: devemos aprender a dizer não. As primordiais necessidades são supridas? Então, temos a obrigatória tarefa de ensina-los e esclarecê-los quanto a aceitação dos limites de consumo.

2. Assimilar as derrotas: através da prática esportiva, é possível estabelecer comparações com a realidade da vida. O desenvolvimento do espírito competitivo, respeitando o adversário que não é um inimigo. Aceitar as derrotas sem entregar-se ao comodismo. Derrotas são lições que nos levam, futuramente, à brilhantes e vibrantes vitórias.

3. Uso das armas da sobriedade e honradez: O exemplo dos pais é a mais proveitosa aula. Sabemos que a atual crise brasileira é oriunda na flexibilidade ética e na ausência de caráter através do "jeitinho brasileiro".

4. A solidariedade praticada: as atividades sociais nutrem nossa personalidade. Através das ações voluntárias, nossos filhos encontram a oportunidade de elevar os níveis de felicidade pelas boas ações praticadas.

5. Profissão escolhida: o campo de atuação ideal é o que o seu realizador a pratique pelo bem que possa produzir.

6. Saber o que é dignidade: mostrar aos nossos filhos os verdadeiros caminhos trilhados pelos homens de bem.

7. Educação, o maior legado: o investimento no saber tem retorno garantido. Segundo Paulo Freire, "a educação modifica o homem e o homem muda o mundo".

8. Contextualização da vida: a arte de contestar, refletir, sorrir, relaxar. Saber que para cada afirmativa há um contra argumento correspondente. Aprender o idioma das entrelinhas. Equilibrar a inteligência emocional entre a razão e a emoção. Afinal, nem tudo que reluz é ouro!

9. Acreditar nos sonhos: sim, porque sonhos são mais que desejos. Sonhos são embriões de grandes projetos e, consequentemente, de fabulosas e históricas realizações. Sonhar, assim como navegar é preciso para nossa sobrevivência.

10. Cultivar o espírito: com o mesmo empenho em que cuidamos da nossa performance física, devemos, em igual proporção, nos empenharmos na formação de um harmonioso conjunto familiar, através do diálogo, da oração, da meditação. A contemplação interior nos permite compreender, com uma dose extra de tolerância, os desafios impostos pelo cotidiano da nossa vida terrestre.

Concluímos este singelo artigo sob a forma não intencional de um decálogo.

Justifico que é apenas uma exposição de motivos de um pai, constatando e concluindo que filhos não são verdadeiramente nossos.

Pai e mãe são co-criadores com Deus.

Nós temos a posse. Ele o domínio.

Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 12/10/2017
Reeditado em 12/10/2017
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