Novas classes oprimidas: Novas Minorias

“Dizemos ser um povo civilizado e, ainda hoje, abrimos a boca para gritar o quanto que avançamos. Porém as relações de poder só se agravaram, contribuindo para o aumento vertiginoso das desigualdades sociais dentre outros problemas humanos como corrupções de diversas formas.

O que pode ser demonstrado a partir de uma visão histórica comparando num quadro as classes denominadas: minoritárias. E não mudou de nome como deveria, não deixou de ser sem voz, não ascendeu em seus direitos. Ao revés, continua nesta rélis condição desprestigiada, unida, agora, a outras classes também pífias, as quais surgiram há pouco tempo, mas que lutam, conjuntamente, pelo seu lugar ao sol.

E o rol só aumenta a cada dia, antes se tinha: mulheres, órfãos, meretrizes, viúvas, lunáticos, leprosos, feiticeiras, bruxas, escravos em sua maioria, serviçais; hoje há: crianças abandonadas, moradores de rua, mulheres, prostitutas, religiões de matriz africana, MST- Movimentos Sem Terra, índios, homossexuais, travestis, negros, camponeses, deficientes, doentes mentais, islâmicos, judeus, pobres, refugiados e desempregados? É de-sem-pre-ga-dos. Repare...

O Estado continua se omitindo de cumprir o seu papel, os direitos sociais estão apenas esculpidos na carta constitucional e tratados legais, mas, na prática, são só letra morta. De quem é a culpa? Será que não se percebe a incongruência deste Estado, nação e do estado de coisas em que permanecem esses sujeitos de direitos, demerecidas do poder de voz e vez, cidadania e acolhimento por parte do poder público?

Em plena enfervescência da democracia, datando aniversários e conquistas sociais a nação brasileira continua silente, sofrendo as mesmas agruras do passado, sendo que, antes lutava-se pelo reconhecimento de direitos, hoje por sua implantação (eficácia).

E mais, diante da grande revolução tecnológica, os jovens, por meio das mídias e redes sociais parecem não reclamar nas redes por direitos legítimos, vivendo estagnados apenas a sensação de ampliação de direitos dadas pela tecnologia, pois, se de um lado se manifestam via levantes e conscientizações, por outro estes novos adolescentes, influenciados em sua maioria, rápido cruzam os braços em vez de defender seus direitos.

O país é de todos e o que queremos é o bem comum, não dá para viver em constante crise de legitimidade como muitos que não se sentem representados por ninguém, e por isso permanecem omissos a tudo. Tem gente nova que se diz cansada, mas de quê se nunca soube o que é lutar?

Deixem de covardia, o país precisa de pessoas conscientes do seu papel social, democrático e humano. Afinal, não precisa ser homossexual para engajar-se nesta causa e recusar aceitar as constantes mortes por gênero, compreendendo as arbitrariedades legais e o quanto eles são vítimas do sistema estatal e, pior, do seu próprio semelhante. Nem mesmo está preso para perceber que os detentos são, cabalmente, tratados como animais e que isso vai de encontro a sua própria dignidade humana, que é a nossa própria dignidade, já que somos irmãos na origem do termo e da essência humana.

Acordem jovens, alerta Brasil. Precisamos exigir do Estado a dignidade que há tempos perdemos antes que ela deixe, de fato, de existir.

Maior desrespeito não é o que o Estado faz dia a dia conosco, mas é, sem dúvida, o que faz cada um com o outro no seu trato ao seu semelhante, quando aceitam as mazelas na vida do outro ficando silente e convivendo naturalmente com a dor alheia de maneira insensível, sem perceber o quanto que isso afeta a cada um de nós e não só a quem sofre diretamente.

Saia do comodismo, aja, reclame, exija, lute pelo direito humano que pertence a todos, indistintamente, pois, mesmo que não seja o seu diretamente, lembre-se: a lista pode aumentar e você pode está, certamente, numa classe minoritária num futuro próximo; o que ocorre com os desempregados, são minorias, não? Se observarmos bem, aos poucos estão aumentando sem controle. O que pode, sendo minorias ou maiorias despretigiadas, reverberá no caos da humanidade, pois ensejará em grandes problemas sociais, também, esquecidos pelo Estado. Percebeu com quem está o poder? Compreendeu que se ficarmos calados contribuiremos para o nosso próprio apocalipse?

Não se deixe oprimir, exerça o seu direito, a liberdade que possui, o seu direito de voz, de voto, de opinar na “coisa púbica”, Estado, República.

A sua liberdade que hoje deténs foi conquistada pelos nossos ancestrais, a duras penas, com muitos esforços, custando muitas das vezes a própria vida deles. Faça jus ao direito que herdou, se não tem coragem de lutar por ampliá-los, ao menos mantenha-os intocáveis, à salvo de arbitrariedades e deliberações insanas, egoístas por parte de outrem. Não comungue das desumanidades.

Seja um abolicionista, coíba a falta de condições humanas para com as minorias, bem como dos abusos e destratamentos estatais para com estes grupos, os quais, segundo os ditames legais, são sujeitos de direitos e obrigações na ordem constitucional vigente.

Faça como alguns que se dizem ativistas, engaje-se na recuperação do valor humano perdido e sinta-se homem vivo, digno. Viva de fato e não finja viver como um morto sem opinião, pois mesmo não opinando você já escolhe o seu caminho, e não só o seu, mais o de toda humanidade”.