Será que só existe um padrão de beleza no Brasil?

Por muitos e muitos anos, vivemos a sombra de uma sociedade hipócrita e impositiva, que por décadas nós impediu de sermos quem somos, negligenciando nossa religião, nossos costumes, nossas raízes, nossa essência dentre outras coisas mais.

Subsistimos numa sociedade onde o que impera é o padrão de beleza europeu, trazido por nossos colonizadores. Mas como pode um país majoritariamente negro, com mais 50% da população negra e em pleno século XXI ainda existir esse tipo de concepção? De que as mulheres só serão consideradas bonitas se tiverem o cabelo liso, se a cor da sua pele for mais clara, que o nariz perfeito é o nariz afilado.

Isso tudo são reflexos de um povo que sofreu no passado e não teve a devida consideração e assistência após ganharem sua tão sonhada liberdade e até hoje segue sofrendo com as consequências desse sistema que há tanto insiste em nos prejudica. Seja denegrindo a nossa imagem, seja inferiorizando nosso trabalho, nosso pensamento ou nossa história de vida.

Não! Esse padrão imposto pela sociedade não é o único padrão de beleza existente neste país, o Brasil é um país miscigenado e as pessoas têm que respeitar, não estamos querendo que ninguém goste do nosso estilo, seja de cabelo, de roupa, seja qual for, querermos respeito. Afinal de contas, as pessoas não tem o mesmo gosto, mas para termos uma sociedade igualitária o mínimo que se deve ter é respeito!

Eu acredito que o que mais falta hoje nas pessoas é empatia, e é essa falta de empatia pelo próximo que gera a incompreensão, falta de humanidade e a intolerância e nós torna egoísta, egocêntrico e individualista. Quando você se coloca no lugar do outro e tenta sentir as dores que ele carrega dentro de si, você compreende suas lutas, suas batalhas e percebe que a vida é muito mais.

Existe um pensamento perfeito que carrego dentro de mim e eu acredito que as pessoas também devam carregar dentro de si.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.” (Nelson Mandela)

Caramba, se as pessoas aprendem a odiar porque não aprender a amar seu próximo? Independente de crenças, religião, cor, raça, orientação sexual.

A palavra de ordem é respeito! Aprendam a respeitar aquela pessoa que após vários anos de submissão a esse sistema imposto pela “elite branca” da sociedade, resolveu se libertar e assumir sua história, sua origem.

Preto é bonito sim, tem seu valor como qualquer outra pessoa de cor diversa da sua e merece ser respeitado. Pois antes de sermos julgado pela nossa cor, nós somos seres humanos e temos sentimentos.

Então, antes de apontar seu dedo criticando nossa aparência ou nossa história dizendo que isso é vitimismo, lembre-se de fazer uma reflexão interna de si mesmo e reavaliar seus conceitos como ser humano.