Ser mãe quando se quer ser mãe

Mãe – palavra sublime, lembra doação, amor incondicional, respeito e tantas definições intermináveis, impossíveis de serem descritas em um único texto.

Porém, a não romantização da maternidade divulgada hoje em dia compete com o querer ou não querer ser mãe. Ouve-se as “mães” reclamando de precisar de tempo para si, para cuidar-se, para não ouvir os choros do bebê, para não enlouquecerem vivendo em função do filho.

Mas a melhor pergunta é: escolheu ou não ser mãe? Hoje em pleno século XXI, é praticamente impossível não prevenir uma gravidez ou não planeja-la, com tantas informações e fornecimento gratuito de contraceptivos. Então a escolha é da mulher, às vezes os homens mais alertas tomam mais cuidado. Apesar do filho ser da MÃE, empresta-se ao PAI.

Toda responsabilidade recai sobre a mãe: amamentação, alimentação, vacinas, saúde, educação, mimos, cuidados, fralda, desfralde, roupas, etc, etc, etc.

Para tanto, é necessário que a mãe tenha claro, se quer ou não ser mãe e em que momento. Não é o aborto que está em questão, e sim a prevenção. Pois como diriam as vovós, sua vida muda, seus hábitos mudam... sua vida social? Esquece por um tempinho, ela não existirá.

E quanto mais cresce a criança, maior a preocupação: trabalhar e deixar aos cuidados de quem? Qual escola? Babá? Meu bebê não vai comer agora? Desfraldar quando? Ficará doente, mas é para criar a tal resistência. Tantas questões!!!

E assim segue, o importante é saber que o bebê vem sem manual de instrução, viu? Cada um tem sua particularidade, se tiver mais que um, mesmo gêmeos não serão iguais. Se existe uma coisa existente numa mãe é a intuição, e essa sensibilidade é o guia das horas de desespero.

Esta sensibilidade e intuição maternas são perceptíveis a olhos vistos. Toda mãe conhece o choro do filho: fome, manha, cólica, sono... É inerente essas especificidades, uma mãe sabe quando o filho não está bem ou há algo errado na escola com seus amigos, só pelo olhar da criança.

Quando os filhos crescem mais um pouquinho, por volta dos 14,15 anos já acham não precisar mais e nem querem mais a presença da “mamãe” por perto. É “pagar mico”.

Mas o imensurável é perceber na figura do outro (seu filho), alguns traços seus, atitudes suas e até falas iguaizinhas. Parece haver uma continuidade sua, fora de você.

E isto é romantizar a maternidade “SIM”. Se seus ensinamentos foram significativos, não será preciso repeti-lo o tempo todo para a criança. Este ensinamento será assimilado e acomodado tranquilamente.

O educar pelo exemplo não reflete uma “boa” educação. O ser “certinho” da mãe ou pai, talvez não seja o melhor caminho. A criança deve ter nos pais um exemplo de pessoas críticas, avaliadoras das situações, menos consumistas, mais dispostas em praticar ações colaborativas, respeito ao próximo e constante autocrítica: será que estou fazendo o correto?

Esta reflexão deve ser um conjunto envolvendo todos da casa, senão não tem ação significativa para as crianças. E lembre-se: criança guarda tudo, uma palavra, um gesto, quando os pais se derem conta, ela está reproduzindo exatamente o agir adulto, pois tudo que aprende pode ser por imitação.

Por isso, não é necessário não romantizar a maternidade, ditando ser algo torturável. É uma escolha! E sim, escolher o momento certo para ser mãe. Salientando que este serzinho desde o início sabe se é realmente amado.

Criança absorve e observa tudo!

Boa maternidade a todos!

Estelinha Cardoso
Enviado por Estelinha Cardoso em 01/09/2018
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