A INFLUÊNCIA DO HUMANISMO E A LIBERDADE DA FÉ

O humanismo é a pauta. O sentido das discussões atuais. O homem pelo homem. O homem como problema e solução. O homem como principio e fim. Tal pensamento gera uma anarquia que aos poucos sugere que Deus não deve fazer parte do cenário e qualquer tema em que a fé seja citada, rapidamente os rótulos são instrumentalizados. Nada mais contraditório, já que a fé é parte da individualidade e a tão evocada liberdade traz em sua essência o livre direito de expressão.

Nota-se que as academias, infelizmente em sua maioria, ocupadas por representantes do discurso pronto, resistem ao que chamam de “Retrocesso”. Porém, tal afirmação busca argumentos negativos da história, que encontram eco nas tendências socialistas tão presentes também na cultura contemporânea.

O humanismo surgiu no século XV com o Renascimento e foi difundido pela Europa, rompendo com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da Idade Média. Porém, cabe perguntar o que significava a religião e consequentemente sua influência. Pense numa organização com amplos poderes políticos, sem contraditórios e largamente atuante. Pense ainda que como “representante de Deus” determinava as discussões, a arte, a política e o comportamento da sociedade. Tudo isso sobre a égide de pessoas que pensavam Deus a partir dos seus conceitos e convenientes adaptações. Soma-se ainda o discurso em que a ameaça do julgamento tolhia a capacidade reflexiva da maioria da população que simplesmente de submetia a vontade daquele que julgava ser o representante legitimo do Divino. Foi neste cenário que o discurso humanista surgiu, encontrou eco e se solidificou provocando a ruptura com o que a história chama de “Período das trevas”.

Não há duvidas que o mundo mudou. O debate social passou a ser democrático e a cultura foi profundamente impactada, assim como a ciência. Portando, não há duvidas da importância do Humanismo para o desenvolvimento social e suas conquistas, porém quando se trata de uma das principais características da individualidade, a fé, estranhamente seu discurso repudia tal opção; e com a ascensão do comunismo, outro ponto de influencia da mentalidade moderna, as academias simplesmente descartam qualquer possibilidade de transcendência, ou seja, assumir a fé como parte da formação seria um retrocesso.

Infelizmente essa tem sido a reclamação de muitos jovens nas academias. “Ser religioso é ser atrasado... Ser religioso é ser retrogrado...”. Assumir uma religião é quase uma demência intelectual. Nada mais preconceituoso... Seria uma “idade das trevas” inversa? Sim, porque quando um discurso para se impor necessita que o destoante seja calado promove um clima exclusão, que piora quando o discurso excludente parte dos professores. Há de se observar os princípios claros de liberdade e livre manifestação e o perfil do jovem que opta pela fé, principalmente diante de uma sociedade que se diz plural. Um estado laico não anula a fé, e no caso do Brasil há um principio Constitucional, que garante no seu Artigo 5; inciso IV: “Ser livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Ou seja, que o Berço Esplendido agregue os vários pensamentos que somados, exponham o melhor de cada um.