O sexo é uma coisa suja?

O SEXO É UMA COISA SUJA?
Miguel Carqueija

Um dado que sempre me intrigou, e que deparei ao longo das décadas, foi a estranha acusação que lançam, contra os católicos, de verem o sexo como “uma coisa suja”. Honestamente, isso pode ser devolvido através de uma antanagoge. Em geral são os inimigos da Igreja Católica que acham o sexo uma coisa suja, pois são eles, via de regra, que sujam o sexo. Certamente a pedofilia, o estupro, a bestialidade, o aborto, a promiscuidade sexual e a infidelidade conjugal são formas de sujar o sexo.
A Igreja Católica e, consequentemente, os católicos, pensam de forma bem diferente: para nós o sexo é uma coisa santa, não suja. Quem criou as funções sexuais foi Deus, como meio de propagar as espécies. Nos seres humanos serve também para fomentar o amor e a união entre os casais. E tanto isso é verdade que existe até a teologia do corpo, que foi desenvolvida por S.João Paulo II em textos que, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ler, mas sei que existem.
Ainda existe quem diga, sem mais aquela, que a Igreja odeia o prazer sexual. Não foi nada disso que eu aprendi na minha Igreja. O que eu sei é que o prazer sexual é uma recompensa que Deus dá aos casais pela nobreza da função geradora. Portanto esse prazer, se bem utilizado, é santo. Além disso o matrimônio religioso, que é um sacramento, só é considerado válido se for consumado, ou seja, se o casal tiver relações sexuais. Em caso contrário pode ser pedida a declaração de nulidade matrimonial.
O que ocorre é que os críticos da Igreja Católica, quando vêm com essa sandice de que “achamos que o sexo é coisa suja”, parece que só conseguem pensar em termos de amor livre, ou fornicação. Essa mentalidade do mundo moderno de achar que todo mundo tem que transar com todo mundo. A era da “ficagem”. E assim não conseguem enxergar a verdadeira beleza da prática sexual.
Fica portanto o recado: para os católicos o sexo em si é uma coisa santa. Quem quiser que considere uma coisa suja ou que suje o sexo por sua conta e risco. Quanto à finalidade da função venérea, é óbvio que o mais importante é a geração de bebês, mesmo que o mundo moderno odeie os bebês. É claro que a maior parte dos atos não será geradora, mas a união e o amor do casal, e a fruição do prazer, fazem parte da beleza do sexo, numa hierarquia de valores. Se o escopo principal do ato sexual não fosse a geração então as crianças viriam por outra via — por exemplo, trazidas pela cegonha — e não pela cópula.

Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 2018.



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