QUANTOS PROFESSORES VÃO PRECISAR MORREM MAIS?

​Os tiros disparados pelo "estudante" de 17 anos, contra o professor Julio César Barroso, de 41 anos, ceifou sua vida e desestruturou sua família. Casado com dois filhos menores: uma menina de três anos e um garoto de seis anos. "O adolescente" de 17 anos, já tinha envolvimento com roubo. O professor morreu porque simplesmente foi defender sua colega das ameaças do marginal. Essa "gracinha" indefesa juvenil , protegida pelo ECA estava na escola para se educar? Em busca de uma vida melhor? Muito comovente.

E o que se vai fazer para coibir esse tipo de violência? Vestir de preto e exibir um cartaz de luto na porta do colégio. Muito eficaz, para não dizer patético. "Uma pesquisa feita em 2015 pelo sindicato de São Paulo (APEOESP) apontou que 44% dos docentes, que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão que 84% dos professores afirmaram já ter presenciado, 74% falaram em agressão verbal, 60% em bullying , 53% em vandalismo e 52% em agressão física.

Dando continuidade a reportagem feita pelo G1 Educação, a socióloga Miriam Abramovay especialistaa em violência nas escolas e juventude, é significativo a falta de dados sobre o tema. Praticamente nunca foi feito nenhuma pesquisa especifica só com os professores. Isso mostra que o tema não é prioritário, como se a violência não tivesse impacto no ensino, no aprendizado e no cotidiano da escola."

Ainda sobre o tema: a pesquisadora Rosemeyre de Oliveira, da PUC-SP, atribuiu a violência nas escola a impunidade dos estudantes. O aluno que agride o professor sabe que vai ser aprovado. Pode ser transferido de colégio, as vezes é apenas suspenso por oito dias". Dentro desta análise, uma professora de Santa Catarina resumiu tudo isso com uma frase: "Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada".

Assim como outros segmentos estão entregues as baratas, os professores estão há muito tempo desmoralizados , completamente solitários, com governantes na sua grande maioria não tendo o minimo respeito por eles.

São submetidos a um ambiente de trabalho indecente, como obrigados a trabalharem com turmas em torno de quarenta alunos, muitas vezes espaços reduzidos, as condições de trabalho a desejar, que contribuem também para falta de motivação em parte dos alunos. Falta de bibliotecas, quando as tem, sem livros adequados.

Bem, quanto a pobre "criança"de 17 anos, vai ficar de molho, talvez um ano, depois livre para voar, com ficha limpa.

Os políticos quando fossem fazer campanha deveriam ser proibidos de falarem em dois temas: educação e saúde, já que os eleitores gostam de cair no canto da sereia, levando-os ao hipnotismo.

Essa a educação, grande eleitor , um chamariz dos cidadãos ingênuos que por muitos anos, e que vão continuar acreditando na estória da carochinha.

inclemente
Enviado por inclemente em 03/05/2019
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