VAI UM EMPURRÃOZINHO AÍ?

Lembram quando o economista, Richard Thaler, ganhou um Nobel por seu trabalho em fomentar “nudges” positivos? Foram críticas de toda parte. Como assim, um Nobel “só por isso”?

Sim, sim! Um Nobel merecido! A Economia Comportamental tem lançado luzes através de grandes contribuições. O estudo da “Arquitetura de Escolhas” sugere medidas para melhorar a vida em sociedade.

O tal de “nudge” é o que a gente chama informalmente de “empurrãozinho”. Então, a partir daqui, não vou mais usar aspas…

No passado, muitas empresas usavam nudges negativos para induzir escolhas erradas.

Isso é do tempo em que se criava bens e serviços desnecessários ou até maléficos e precisavam nos convencer através de mídia pesada que queríamos ou precisávamos daquilo.

Lembre que os 4 P do marketing mix não considerava o P de pessoas? Era só produto, preço, praça e promoção ( product, price, place and promotion).

A proposta de Thaler é adotar “nudges” positivos. Estímulos para escolhas que tragam benefícios para a sociedade.

Enviesar as pessoas para que consumam mais, dependendo do consumo, pode ser negativo ou positivo.

Se você está em um restaurante fast food e o atendente te oferece batata frita e refrigerante extra, aí está um nudge negativo – sua saúde em risco.

Mas, se em uma cantina escolar, as frutas estão dispostas na primeira prateleira, lindas e acessíveis a fim de estimular as crianças a escolherem gostosuras naturais, temos uma iniciativa positiva visando escolhas saudáveis.

Você está com o saldo devedor, seu banco amigo te oferece uma linha de crédito adicional.

Mais dívida? Nudge negativo!

Tendo um relacionamento contigo, seu banco observa que há um saldo remanescente credor e te sugere um investimento com rentabilidade e risco moderado: nudge positivo!

Agora, se esse banco te oferece um curso de Educação Financeira, puxa, case-se com ele!

Em países cuja opção por ser doador de órgãos é automática ( você precisa se descadastrar para não doar ), a adesão é incrivelmente alta.

Na situação contrária, o número de doadores é baixíssimo.

Quantos de nós, nos descadastraríamos, se já nascêssemos doadores? Poucos, quero acreditar…

Eu gostaria de dizer que hoje recebi um nudge positivo que motivou essa conversa, mas que pena! Foi um daqueles nudges negativos que certas empresas de RH usam ao anunciar vagas aparentemente fake ou já extintas apenas para te fazer aderir à categoria premium!

Vê? Se uma dessas empresas de Recursos Humanos, fosse um pouco mais humana feito o Economista do Nobel, seríamos certamente mais respeitados, garanto.

Não generalizo: há RH e RH!

O que nós queremos é que as pessoas todas brilhem – e para isso, pedimos mais amor – é que o amor tem força para gerar empurrõezinhos positivos!

Claudete Mello, especialista em coisa nenhuma, pesquisadora de tudo e leitora entusiasta.

( Recomendo esse livro: “Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth and Happiness; Richard Thaler )

5 de dezembro de 2019

Claudete Mello
Enviado por Claudete Mello em 05/12/2019
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