A PERGUNTA DO JOVEM E A RESPOSTA DO VELHO

Prólogo

Há muitos acontecimentos entre o céu e a terra que são simplesmente inexplicáveis. Em uma praça bem cuidada, muito florida, de uma cidadezinha do interior da Paraíba... Um rapaz passeava com sua linda e jovem noiva que aparentava pouca idade.

O rapaz olhou seu relógio. Os ponteiros marcavam 16 horas e 47 minutos! Viram um idoso que dormitava num banco da praça. O casal resolveu conversar com o velho não para zoar com o ancião, mas é que uma energia inexplicável parecia lhes empurrar ao encontro do desconhecido.

A PERGUNTA DO JOVEM ENAMORADO

– Bom dia meu bom senhor... Tudo bem? Somos felizes, estamos apaixonados e vamos nos casar em breve. Gostaríamos de saber: Qual o segredo para uma união duradoura e feliz convivendo com uma mesma pessoa? – Perguntou o forte rapaz muito novo e vigoroso, mas aparentando ansiedade e insegurança. O idoso acordou de seu cochilo e respondeu com segurança e jovialidade que não combinavam com sua aparência um tanto quanto decrépita.

– O segredo para uma longa união interpessoal está no aprendizado do dia a dia, aprendendo um a conviver com os defeitos do outro. O senhor há de convir que conviver com virtudes é muito mais fácil e cômodo. Mas, para ser feliz mesmo é necessário não se afeiçoar à matéria, cultuar a tolerância, respeitar as limitações socioculturais, não sentir ciúme, tampouco se apaixonar e jamais sentir saudade!

– Não se afeiçoar à matéria? Não sentir ciúme nem saudade? Não se apaixonar? Como assim? Quem está apaixonado sente saudade e ciúme! – Falou quase gritando o jovem.

– Sim. É verdade. Mas essa saudade e ciúme causam atraso social e profissional; aflição, insegurança e sofrimento; medo e tantas outras mazelas que não combinam com o progresso, com o amor e tampouco com a luz e evolução espiritual.

Portanto, se quiserem mesmo ser felizes não se apeguem à matéria, não se apaixonem, nem sintam ciúme de nada, de ninguém e nem um do outro. Além disso devem cultuar a tolerância, respeitar as limitações socioculturais de cada um e jamais sentir saudade ajudará muito na prazerosa harmonia.

– Como é o nome do senhor? – Perguntou a linda moça que estava assimilando a resposta do idoso de um modo totalmente diferente do rapaz que a acompanhava naquele passeio.

O CLIMA DA OCASIÃO

Era uma tarde primaveril onde as flores têm mais cores e o clima embriagava os apaixonados com o aroma doce de hortelã.

Este clima da primavera propicia o começo do período reprodutivo de muitas árvores, plantas e flores. É o nascimento da primavera que reinstala a alegria e o colorido, depois de uma era cinzenta e fria.

É a Primavera que prepara a vinda do Verão, ensolarado, com seu intenso calor. Os humanos não têm a mesma sensibilidade dos animais e os vegetais que se reanimam ao longo do espaço onde a primavera se instala. É essa especial estação que inspira poetas e artistas de todas as esferas.

SOBRE O NOME DO ANCIÃO

– Ah! Meu nome? No momento isso não tem tanta importância. Antigamente, faz muito tempo, meu nome era Joaquim, Pedro, Joanna, Henrique, Cristina, José, Wilson, mas já tive infinitos, outros nomes. – O ancião deu um riso jovial e totalmente desproporcional a sua aparência desgastada. – Hoje sou conhecido por "Zé Preto". – Nesse momento um aroma de flores e uma brisa suave, como se fosse chover, impregnou todo o ambiente.

Os jovens enamorados olharam para o alto como se procurassem nuvens ameaçadoras de uma virada do tempo. A mulher não queria molhar os lindos cabelos. O rapaz não desejava encharcar os sapatos e terno novos.

Debalde. O céu límpido e azul mostrava sua claridade e transparência celestial, mas quando voltaram os olhares para o banco da praça o velho não estava mais lá. A praça estava vazia. Só o casal se encontrava no local.

CONCLUSÃO

Atônito o rapaz olhou o seu relógio. Os ponteiros marcavam 16 horas e 47 minutos! Estaria o relógio parado durante todo o tempo? O tempo não passara? Tudo aconteceu numa fração de um segundo! Como explicar isso? Estaria certo o conselho do idoso? Para onde ele teria ido com tanta rapidez?

Olhando com mais atenção o banco da praça, onde há um segundo supunham estivera o idoso, viram uma rosa azul, orvalhada, que exalava um perfume exótico. Talvez essa rosa fosse apenas uma coincidência. Talvez algo mais como um sinal de que nunca estamos sozinhos.

Foi nesse momento que um latido forte e vigoroso de um cachorro acordou o casal de enamorados. Ambos acordaram e a mulher jovem, com os cabelos loiros dourados, cor de mel, disse sussurrando:

“tive um sonho estranho com um velho...”. – Completou o rapaz: “Que nos aconselhou a não termos apego à matéria, a aprendermos a conviver com nossos erros e não sentirmos ciúmes um do outro? Tivemos sonhos iguais. Isso é possível?”.

EPÍLOGO

Com a palavra os parapsicólogos, psicólogos, religiosos, adivinhos e assemelhados. Eu tenho minhas convicções! Escrevi este conto porque senti vontade de escrever sem a pretensão de querer aplausos, induzir crenças, descrenças, certezas, tampouco dúvidas ou ilusões.