A pergunta de um invisível

Agora pouco eu vejo no status de uma amiga uma história triste de nossos tempos.

Uma mulher andando numa calçada foi chamada por um morador de rua deitado, que retirara seu cobertor do rosto para questiona-la. Ele a perguntou: _ Moça, Moça por que está todo mundo usando máscaras? O que está acontecendo!?

Esse invisível do nosso tempo não sabia do covid-19. Das mortes, da repercussão mundial. Nem das medidas dos governos para enfrentar esse mal.

Sei que estamos preocupados com o corona vírus. Sei que ficamos aflitos, com medo desse mal alcançar nossos familiares. Quem têm idosos e criança recém nascida em casa, mais ainda.

É normal nos preocuparmos com nossos entes queridos. Com nossos familiares e amigos.

Jesus certa feita disse a seus discípulos que essa preocupação natural que temos com os mais chegados, até os gentios possuem. Até os chamados ímpios e incrédulos têm.

Não há mérito nenhum em amar quem nos ama. De desejar o bem a quem nos deseja. De sermos bons para quem é bom para conosco.

Fazer a diferença e ser diferente é nos compadecermos dos invisíveis. Daqueles que não conhecemos. Daqueles que nem sabem o que está ocorrendo no mundo. Os invisíveis. Aqueles que estão nessa triste situação por uma série de perdas e derrotas escabrosas.

O mundo precisa de mais "bons samaritanos" e menos sacerdotes e levitas que veem o acidentado, o sôfrego, o oprimido, o depressivo, o morador de rua faminto e passa desviando o caminho.

Precisamos Reformar a humanidade. Precisamos nos humanizar. Precisamos entender e viver a compaixão. Que é essa capacidade extraordinária de se colocar no Lugar do outro. De sentir a dor do outro. De fazer pelo próximo sem querer receber aplausos e tapas nas costas.

Toda dor e sofrimento nos deve ensinar uma lição. Nada melhor que uma tragédia para humanizar a humanidade e a fazer evoluir.

Espero que essa seja a grande lição do covid-19. Ensinar o caminho da solidariedade e compaixão. Gerar o sentimento de irmandade universal. Para que até os invisíveis possam ser visto, ouvidos, notados, abraçados e transformados.

Se você tratar alguém como ele é, ele permanecerá assim. Mas se você trata-lo como ele poderia e deveria ser. Ele se tornará o que poderia e deveria ser.