QUER CRESCER? LIVRE-SE DAS FOLHAS MORTAS

* Por Herick Limoni

Na natureza, se olharmos com um pouco de atenção, é possível encontrarmos muitas respostas e inspirações. Quantos não foram os pintores, músicos, artistas em geral que criaram grandes obras tendo os elementos naturais como fonte de inspiração? Para um artista atento tudo pode despertar aquela faísca inspiradora: o canto de um pássaro, o som da chuva, a forma de uma árvore, o perfume de uma flor, etc. Mas, para isso, ele deve se permitir contemplar, sem pressa e com a calma necessária, o que a mãe natureza nos oferece.

Na flora brasileira há uma espécie de palmeira, conhecida como Washingtonia ou Palmeira Leque, dentre outros nomes, e cujo nome científico é Washingtonia Robusta, que muito pode nos ensinar quando o assunto é desenvolvimento. Tal palmeira, na medida em que cresce, vai deixando para trás suas folhas mortas, o que lhe permite se desenvolver e alcançar alturas que ultrapassam os 25 metros. Esse desapego àquilo que não lhe é mais necessário é facilmente perceptível pelas marcas deixadas em seu tronco, e pela constatação, quando já bem crescida, de que somente no seu topo existem folhas, as quais não são muitas. As folhas mortas, além de lhe representar peso, sugam-lhe sua energia vital e lhe impedem de se desenvolver. Não fosse essa limpeza tão necessária, possivelmente a palmeira morreria.

Em nossas vidas há muitas folhas mortas que cotidianamente nos impedem de crescer, seja na tentativa de nos desencorajar a realizar algo, seja nas críticas inapropriadas, seja nas falas maliciosas. E a maledicência, infelizmente, não é um fenômeno moderno, e muitos ao longo da história padeceram em razão desse mal. A mentira, o boato, a fofoca, a infâmia sempre estiveram presentes nas relações sociais, cujas intenções são diminuir algo ou alguém, a fim de lhe mitigar as forças. Há pessoas que se regozijam disso, que se alimentam da ilusão de que diminuir o próximo lhes torna maiores. Ledo engano. Tal atitude, na maioria dos casos, é uma forma de mascarar a própria incompetência.

Lado outro, poucos são os que nos incentivam, encorajam-nos e nos colocam para cima. A esses chamamos de amigos, com todos os vários e múltiplos significados que essa palavra comporta. Tal como terra adubada, nos fazem crescer e nos impulsionam em direção daquilo que almejamos. São os insumos de que precisamos em tempo de estiagem, de carestia. Assim como a luz do sol e a água da chuva são essenciais às plantas, os amigos, com seus incentivos e elogios – excetuando-se os derivados de puxa-saquismo, porque são, em sua maioria, falsos - são como bálsamos para nossa alma, pois nos dão energia e nos fazem enxergar o futuro sob o prisma da esperança.

Todos nós, em algum momento, agimos como folha morta na vida de alguém, assim como também certamente já agimos como um bom amigo. Um tem efeito altamente deletério, o outro tem resultados surpreendentemente benéficos. A vida, por si só, já nos apresenta diversos obstáculos, dificuldades e situações complicadas. Não sejamos mais um complicador. Sejamos luz na vida do próximo. Semeemos coisas boas! Desejo e espero que, de agora em diante, você evite ser folha morta na vida de alguém, e que assim como o Criador fez, conforme descrito no livro de Gênesis 1:3, das Sagradas Escrituras, suas ações possam, a partir de então, iluminar a vida de seus semelhantes. Fiat Lux!!!

*Bacharel e Mestre em Administração de Empresas

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