Os militares e o Marxismo

O psiquiatra Andrew Lobaczewski, viveu na Polonia os efeitos da ditadura soviética. No seu livro “Ponerologia, Pasicopatas no Poder” ele conta que “Uma pessoa que nenhum de nós conhecia apareceu por detrás do púlpito e nos informou que ele seria agora o professor. Seu discurso era fluente, mas não havia nada de científico nele: ele não conseguia distinguir entre conceitos científicos e senso comum e tratava as ideias na fronteira entre um e outro, como se fossem uma sabedoria da qual não se poderia duvidar. Durante noventa minutos por semana, ele nos inundou com uma visão ingênua, presunçosamente falaciosa e patológica, da realidade humana. Nós éramos tratados com desprezo e com um ódio mal controlado. Uma vez que tirar sarro poderia resultar em terríveis consequências, nós tínhamos que ouvi-lo atentamente e com extrema gravidade.”

Eu passei todo meu período escolar, do chamado na época, Curso Primário à faculdade sob regime militar e em nenhum momento percebi alguma situação que pudesse lembrar de longe à descrita por Andrew Lobaczewski. Talvez por isso, eu saí da faculdade como um crítico do Regime Militar.

Aliás, a única tentativa de doutrinação que presenciamos foi a de um padre que, na escola primária, nos visitava semanalmente e metodicamente passava em todas as salas para detectar os que não seguiam a doutrina católica, no que era apoiado pelas professoras carolas. Não sei quanto aos meus colegas, mas eu tinha aversão a ele.

Na minha opinião, um dos erros dentre muitos que os militares cometeram, foi não nos esclarecer o que é o Marxismo. O que talvez possa ser explicado por sua visão curta do mundo, que só permitiu que eles enxergassem os marxistas que portavam armas e os ativistas que se expunham nas ruas.

E essa “neutralidade” dos militares teve consequências.

Quando terminou o Regime, os marxistas que estavam “na moita” saíram a campo e tomaram conta do país e após 30 anos sob seu domínio, estamos colhendo seus frutos podres.

Como disse Olavo de Carvalho “Sim, no Brasil, cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria. Quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos tiver se adensado numa torrente irreversível e a existência entrar decisivamente na sua etapa final de declínio, aí o cidadão pensará em adquirir conhecimento — um conhecimento que, a essa altura, só poderá servir para lhe informar o que deveria ter feito e não fez.”

Por coincidência ou não com esse pensamento, só vim a conhecer e entender mais profundamente a “doutrina” marxista” há alguns anos, depois que me aposentei.

Com as contradições que são inerentes ao marxismo e toda “filosofia” dele derivada, que no seu conjunto podemos chamar de Pensamento de Esquerda, a forma mais simples de derrotá-lo é simplesmente conhecendo-o com um pouco profundidade.

Por isso, no aspecto social e político, os militares nos deixaram duas heranças malditas:

- os 21 anos de ditadura interrompeu nosso aperfeiçoamento na cultura da democracia e com isso não tivemos bagagem de conhecimento suficiente para descartar as nulidades que triunfaram após o fim da ditadura e que agora estão agarradas no Poder como erva no muro;

- não nos esclareceram sobre os riscos que a dominação marxista, representava para nossa cultura, economia e relações sociais.

Se somarmos os 21 anos de ditadura militar com os 30 de ditadura das nulidades, mais 30 de dominação marxista que correu paralelo com os das nulidades, representam 51 anos perdidos para trás e 30 para frente.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 26/07/2020
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