CARTA PARA UMA MÃE GUERREIRA

Prólogo

As palavras: “Não quero mais viver assim” – (SIC) eram fortes e uma tênue "luz amarela", à guisa de aviso, se acendeu em meu consciente. Por isso entendi ser o momento de dar o meu testemunho de cultivo de perseverança e resiliência emocional.

Pessoas que têm um bom índice de resiliência emocional são aquelas que não se deixam ir abaixo, se recuperam rapidamente sem se dobrarem, sem cederem, ou desistirem ante uma dificuldade existencial. Espero, sinceramente, com esta carta poder alcançar meu objetivo.

Campina Grande, PB, 03 de novembro de 2020.

Bom dia gente fina, mãe e avó zelosa e guerreira.... Que a paz e luz do justo resplandeça em sua mente e coração materno. Ao término do longo feriado de finados volto minhas preces para fortalecer sua confiança e crença em dias mais esperançosos, iluminados e saudáveis.

Creia e se fortaleça na misericórdia do Divino Espírito Santo... Mais do que precisa você merece! Sabemos (você e eu) que sua provação é difícil e dolorosa, complicada e sofrida, mas Deus jamais lhe abandonará porque ele é justo e piedoso.

AS INCONVENIÊNCIAS QUE NÃO COMBINAM

Respeitando todos os entendimentos e opiniões contrárias.... Entendo que há sobrevidas vegetativas ou tristes, sofridas, parasitárias e infelizes, amargas e crudelíssimas que não combinam com um passado de farturas e glórias da juventude que pensávamos seriam eternas. Ledo engano!

Também não combinam os esplendores da idade tenra, os sucessos e vitórias; a beleza, o vigor e a irreverência da adolescência com o sofrimento e dificuldades das limitações proporcionadas pela idade avançada e a saúde debilitada.

É fato. Não combinam os inefáveis momentos da juventude saudável, no passado, com o cansaço da decrepitude e as doenças destrutivas indesejáveis do presente.

Do mesmo modo não combinam a falta de ar, os espirros, coriza e ronco com a quietude de um sono reparador; as ingratidões, o desrespeitoso tratamento dos filhos/filhas, irmãos/irmãs, demais familiares e amigos/amigas não combinam com sua bondade e zelo, com sua fidelidade aos princípios basilares da coexistência harmoniosa e pacífica no meio familiar e social.

O DOM DA VIDA E O DESENCARNE A DEUS PERTENCE

Portanto, o desencarne, nessas supracitadas condições, supostamente SERIA um descanso e alívio desejado por quem vivencia uma dolorosa, embora tão necessária à evolução. NÃO ESQUEÇA, todavia, que tudo passa e não há mal que não tenha fim nem um bem sem começo pela misericórdia divina.

Embora não lhe seja possível compreender os desígnios de Deus... Para crescer, espiritualmente, e ser feliz com a mente e o coração voltados para um futuro de esplendor, merecida paz e progresso, é preciso acreditar em si mesma e vencer os medos, as angústias e limitações pessoais.

Não me custa lembrar que o dom da vida e o desencarne a Deus pertence! Faz-se necessário perdoar as ingratidões e as ofensas, os desrespeitos dos desafetos (consanguíneos ou não) mais próximos e, convém esquecer o passado de glórias ou sofrimentos e cultuar, no presente, as virtudes teologais (caridade, fé e esperança).

MINHA CRENÇA

Eu creio na sua evolução espiritual e progresso porque vivenciei provas terríveis, sofridas e danosas. Na infância venci o início de uma paralisia infantil, na adolescência sobrevivi a um terrível acidente, envolvendo parceiros de mesma idade (entre 14 e 17 anos), que resultou num indesejado desencarne precoce do acidentado. Na vida adulta tive uma segunda chance e não a desperdicei.

Pela misericordiosa benevolência divina corrigi, em tempo hábil, atitudes LEVIANAS e INCONSEQUENTES, provocadas pelos arroubos da juventude que, infelizmente, poderiam ter me sepultado num mar de lama socioafetivo e desgraça profissional.

Felizmente, pela graça divina, fé, determinação e denodo incentivados por espíritos de luz superei os infortúnio, meus medos e atrasos para dar o meu testemunho. Hoje, já considerado um idoso, posso dizer sem nenhuma empáfia que sou um intimorato vencedor. Isso mesmo: Consegui superar meus medos e limitações quando ninguém, nem mesmo eu, acreditava em mim.

CONCLUSÃO

Tenha em mim um exemplo vivo de resiliência e, talvez, de ousadia em lhe escrever esta carta sem que me haja solicitado por comprovada timidez e/ou obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos negativos que eu poderia ter ao vislumbrar iminente perigo com suas palavras no WhatsApp: “Não quero mais viver assim” – (SIC).

Eu consegui! Portanto, você também conseguirá vencer e superar seus limites porque Deus, em sua infinita misericórdia, quer. Além disso os espíritos de luz, você e eu torcemos, acreditamos e desejamos sua vitória e necessária evolução espiritual.