Consciência negra e dívida histórica

Listo a seguir os principais países “exportadores” de escravos para as Américas, com suas respectivas populações atuais em milhões de habitantes:

- Nigéria – 200;

- Angola – 30;

- Gana – 28;

- Moçambique – 27;

- Benim – 11;

- Guiné – 11;

- Togo – 8;

- Congo – 5.

A Nigéria tem densidade populacional de 190 hab/km², seis vezes superior a do Brasil. A expectativa de vida lá é de 57 anos. A do Brasil 75 anos.

Angola tem expectativa de vida de 38 anos.

A Nigéria é dominada pelo crime organizado, corrupção e criminalidade generalizada. Além de ter dois grupos terroristas atuando, o Boko Haram e o Estado Islâmico. Por isso, a ação do governo é limitada.

O país é dividido quase integralmente entre a religião muçulmana e religiões cristãs, que têm também aspecto territorial.

Aqui, deixo sugestão para os branquinhos defensores da raiz religiosa dos afrodescendentes, aqueles racistas enrustidos que tratam os negros como coitadinhos porque não têm capacidade de cuidar de si próprios, que vão para a Nigéria fazer trabalho de evangelização reversa para convencer a população local a voltar para a prática de seus cultos originais.

A população dos Estados Unidos é composta por 40 milhões de negros.

No Brasil, segundo o IBGE, mais de 50% da população se declara negra. Deve ter até descendentes de alemães se dizendo “negro” com a esperança de, a exemplo dos “patriotas” que “lutaram” contra a Ditadura, receberem uma mesada do Governo a título de compensação pelo sofrimento e humilhação de seus “antepassados”.

Se considerarmos essa informação como representativa da realidade, no Brasil tem tantos negros como nos países de origem dos escravos somados, descontando a Nigéria. Ou se considerarmos este país, a população de “negros” daqui corresponde a 30% da população atual de lá.

Se somarmos a população negra dos Estados Unidos com a do Brasil, veremos que aqui nas Américas as condições foram mais propícias para o crescimento dela do que lá nas origens, apesar da taxa de natalidade deles ser superior às nossas.

Abro um parênteses para perguntar, que dignidade existe num país em que a expectativa de vida é de 38 anos?

Se a “consciência negra” depende de se manter ligações estritas com as origens e com a dor e a humilhação sofrida no passado, deveríamos fazer uma pesquisa de quantos afrodescendentes brasileiros e americanos gostariam de voltar para os respetivos países de seus antepassados e custear suas viagens.

Lá estarão “ligadíssimos” com as origens e não serão discriminados pelos seus iguais.

Se não aparecesse ninguém, mandaríamos para lá todos os branquinhos pernósticos descendentes de europeus que se deram a missão de serem os guardiões da “consciência negra”.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 20/11/2020
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