Brasil, a Torre de Pizza
O Brasil é um país que foi projetado para ser torto.
Se o país fosse um edifício, com certeza constaria no Guinness Book como o mais torto do mundo, título que hoje pertence ao Capital Gate, um arranha-céu de Abu Dabi nos Emirados Árabes Unidos, que é duas vezes mais inclinado do que a Torre de Pisa.
Neste caso, o Brasil poderia ser chamado alternativamente de Torre de Pizza.
E não é por acaso que essa inclinação acontece na direção da incompetência, do oportunismo e da corrupção.
Não quero dizer que o período dos governos militares foi de santidade absoluta, mas o Brasil da pós-ditadura foi definitivamente tomado pelos incompetentes, oportunistas e corruptos eleitos democraticamente.
O projeto que possibilitou esse país torto chama-se Constituição Brasileira, elaborada por 559 incompetentes, oportunistas e corruptos, eleitos por uma população que passou 21 anos sem poder aperfeiçoar sua cultura de Democracia.
Em decorrência da inclinação da torre temos aberrações como:
Aberração número 1:
Um juiz, antes de ser Juiz, é um servidor público.
Um ministro (nome “abominoso”) do Supremo Tribunal Federal, antes de ser ministro (nome nojento) do Supremo Tribunal Federal, é um servidor público.
Porém esses servidores públicos foram revestidos de um manto sagrado que nem Jesus Cristo consegue remover.
Um juiz, nas raras ocasiões em que é demitido por justa causa, recebe como punição aposentadoria com todos os direitos do que se aposenta normalmente.
A demissão de um ministro (nome irritante) do Supremo Tribunal Federal depende da coragem dos senadores que não a tem porque em geral têm os rabos presos e estão nas mãos daqueles “notáveis”.
A Constituição estabelece como critério para escolha dos ministros, o “notável saber jurídico”, que de tão vago possibilitou que fosse tomado como seu sinônimo o “meu amigo”.
Aberração número 2:
As criaturas ignóbeis que elaboram a Carta Magna, incluíram dentre as funções dos “notáveis” do STF a de julgar “o crime político”.
Ora, numa Democracia (com maiúscula) não existe crime politico. Onde estava o Dr. Ives Gandra nessa hora que não se manifestou? Ou será que manifestou mas as criaturas decidiram conservar o absurdo?
Decidiram por conservar essa “figura jurídica” típica das ditaduras para que os “perseguidos” pudessem reivindicar mais tarde a compensação financeira por terem “desapegadamente” lutado contra a cruel ditadura militar.
Como poderia haver “anistiado político” sem o “crime político”?
Aberração número 3:
Esta é consequência da anterior.
Os ditadores não são eleitos pela população, por isso, os governos militares de 1964 a 1985 são chamados de regime de exceção.
Embora as ações militares tenham sido praticadas alegadamente em benefício da população, elas ocorreram à revelia da sua vontade, porque, repito, não se tratava de governos eleitos.
Então, como nós Povo podemos ser responsabilizados por atos que não praticamos?
Qual é lógica de se conceder anistia para quem matou, roubou, explodiu bombas e penalizar quem apenas trabalha para seu sustento e espoliá-lo para sustentar os outrora criminosos e hoje oportunistas?
Esses distúrbios que mencionei não esgotam o assunto, são apenas alguns exemplos de situações que não consigo entender como nós, Povo, aceitamos sem reagir.
Ou, quem sabe estou delirando?