Comedores de ossos. Covas e mais covas. Setecentos cadáveres. Pilhas de mortos. Histeria.

Publica-se uma foto de um homem recolhendo, não se sabe onde, ossos, acompanhada da informação "dezenove milhões de pessoas passam fome no Brasil", e tal imagem e a idéia nela e no texto embutida, a de que a fome é consequência das ações do presidente Jair Messias Bolsonaro, viralizam, como se diz em tempos de internet. E as pessoas vêem na foto dezenove milhões de esfomeados a chafurdarem-se em lixões e depósitos de lixo de açougues à procura de carne. Tal me faz lembrar três notícias, e a repercussão delas entre as pessoas caídas em histeria, do ano passado. Em uma delas, uma foto a mostrar um comboio militar na Itália acompanhada do texto "setecentos mortos em um dia". As pessoas além de na foto verem caminhões militares, carros e algumas pessoas à pé, viram, excitadas pela imaginação corrompida pela histeria, os setecentos cadáveres indicados no texto que acompanha a foto. Em outra notícia, exibia-se, do alto, bem alto, a partir de um helicóptero, imagens de um cemitério, localizado na cidade de São Paulo, milhares de covas abertas, imagens acompanhadas de uma informação: eram milhares os mortos por covid que a prefeitura tinha de abrir muitas covas para enterrar todos os cadáveres. E as pessoas, ao verem as covas abertas, vazias, abaladas pelo bombardeio de notícias dramáticas, trágicas, que anunciam o apocalipse, as viram habitadas cada uma delas - e elas eram milhares - por um defunto produzido pelo coronavírus. Na terceira notícia, uma foto com vários caixões empilhados acompanhada da informação de que eram tantas e tantas as vítimas do vírus que as empresas estavam produzindo caixões como jamais se viu. E as pessoas, ao olharem para a foto com as pilhas de caixões viram dentro deles as vítimas do covid.

E assim o mundo gira.

Nota: Não me recordo dos detalhes, que são irrelevantes neste texto, de tais notícias.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 10/11/2021
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