Um país que promove a paz do mundo

O Brasil tem um impacto gigantesco no mundo. Seu povo, seus recursos naturais, sua história, tudo remete a um impacto que o próprio brasileiro desconhece: o Brasil surgiu há mais de 500 anos para promover a paz à humanidade.

Seu ponto forte, como nação ao mundo, é o alimento de sua terra e a rica cultura de seu povo. Seu ponto fraco é sua ignorância do dever à sua própria realidade e a corrupção baseada no populismo de quem é responsável por liderar este povo ao seu dever. Por mais que na história se tem fatos que escancaram a corrupção e a negligência por mazelas sociais, tais como a desigualdade social, os problemas sociais ainda oriundos da escravidão e de uma cultura cartorial no dia-a-dia advinda dos antigos colonizadores, o mundo deu um papel ao Brasil. Cito o mundo como todos os fatos históricos, pontos de inflexão e reviravoltas da humanidade nestes 500 anos, em que o Brasil, como nação, foi cobrado a dar a sua posição, independente de quem estava governando e representando o país e obrigado pela situação a se pronunciar.

Este papel foi por muitos anos o diferencial do Brasil. O Brasil construiu ao mundo a imagem de ser um gerenciador de conflitos: o país em que o Brasil se posicionar, este estará lutando pela paz. A imagem de um determinado país, em destaque ao governante que pronuncia ao seu povo que deu ou recebeu apoio ao Brasil no cenário político e das relações internacionais, era a imagem de interesse e luta pela paz, pois ao longo da história o Brasil deixou de ter objetivos de expansão territorial, de dominação política e cultural, a fim de ter um papel agregador a uma das maiores dificuldades na relação uns com os outros, seja no contexto micro ou macro da humanidade: a paz. E o Brasil tem como arma justamente o que vários países são escassos: alimento (e entende-se alimento como recursos naturais) e pessoas.

Mas isso quer dizer que o Brasil não visará a melhoria tecnológica, a evolução da ciência, ou até mesmo deixará de ter um exército? E a resposta é: sim, ele visa a melhoria tecnológica no mundo e a evolução da ciência em todas as áreas porque se, numa determinada oportunidade não oferece o alimento ao mundo, ele oferece pessoas com rica cultura histórica, construída numa adaptação improvisada para melhorar o mundo, a fim de promover a paz. O Brasil investiu e investe, como nação, em pesquisas, nas universidades, em setores fortes que envolvem recursos naturais, nas boas relações internacionais, sobretudo culturais com todos os países, e inclusive sofre economicamente e politicamente por investir nisso. Reitero que este investimento está além de programa, política ou ideologia governamental, é promovida pela própria sociedade brasileira, na construção de sua história. O governante, independente do discurso ou da ação política que toma, ele tem uma agenda que é forçado a cumprir como resposta à nação. Inclusive o Brasil deixou, ao longo de dois séculos, a imagem de ser conquistador de territórios (sobretudo entre os países do continente americano) para ser um agente em ações de reconstrução de zonas de guerra ou desastres sociais pulsantes, como o ocorrido no Haiti, por exemplo. Salienta-se que não foi um processo sem entraves ou conflitos, mas que foi construída recentemente por boas relações internacionais e abertura de intercâmbio entre as pessoas no mundo todo, sobretudo pós Segunda Guerra Mundial.

Mas o Brasil, com todos os pontos fortes mencionados, cumpre bem este papel hoje? E a resposta é um veemente sim e não. Sim, pelo intercâmbio que as pessoas, ao nível micro, predispõem-se a relacionar e conviver com outras pessoas do mundo. Sim, pela vontade econômica em suas commodities, mesmo sem zelar pelo cuidado ambiental, para alimentar o mundo. Não, pela ignorância do povo quanto ao seu dever sobre a realidade que o cerca, que não possibilita encontrar soluções a curto e médio prazo à sua desigualdade social, e que impacta diretamente na manipulação de políticos que criam artifícios para manter-se no poder sem qualquer responsabilização de seus atos na vida pública e privada. Não também, por comprar ideias ruins que vem do mundo, tais como a polarização ideológica, que com o discurso equivocado e negligente sobre a própria história no mundo, coloca o país em contradição e traz desequilíbrio nas relações de toda a humanidade.

Diziam as gerações mais antigas aqui que o Brasil era o país do futuro. Contudo, hoje o Brasil é o país do presente, que impacta o mundo no presente já algum tempo, por mais que os representantes e os promovedores de mudança no país queiram viver no passado, e teimam em trazer uma imagem que não condiz com a construção feita pelo seu povo há séculos. Sim, uma imagem construída há séculos, imagem esta iniciada justamente pela vinda de povos do mundo inteiro, mesmo que o país escancare problemas sociais, que até hoje não sabe como lidar.

O caminho é este gigante pela própria natureza acordar a este dever com a sua própria identidade histórica e culturalmente construída e, assim como vimos recentemente ao que ocorreu na China e na Índia, retomar ao seu papel na humanidade. Os governantes têm papel crucial para promover este dever e cobrar de seus governados. O povo tem também o papel crucial de cumprir este dever e cobrar de seus pares. E, se não acordar, o Brasil, mais cedo ou mais tarde, será cobrado pelo mundo, que constantemente está sofrendo por mudanças ambientais e sociais, e será obrigado a se posicionar como nação se irá promover a paz ou não. O mundo quer a resposta do próprio Brasil, mas se não tomar partido, alguém responderá pelo Brasil.

Talvez pelas más ações tomadas pelos governantes e pelos intelectuais do país em crises recentes, o povo tenha percebido que ele também tem uma responsabilização quanto a esta resposta, sobretudo por não concordar com seus porta-vozes ao mundo. Essa responsabilização irá a voto ano que vem. Não sabemos como será o futuro, mas pode ser que o que ocorrer ano que vem poderá mudar a humanidade para sempre.