Consciência ou histeria coletiva?

Ao mesmo tempo em que procuram se realizar como indivíduos, os homens têm a necessidade de viver em permanente conciliação com o meio.

Para isso, espera-se que cada ser humano possa interpretar o mundo de acordo com sua lógica, sua experiência pessoal e a de outros, adquirida através de leituras e debates.

Com isso, ele terá noção de seu papel na Sociedade e o que pode esperar dela sem antagonismos e falsas esperanças.

Porém, parece estar se acentuando a tendência da substituição da individualidade por uma visão de grupo, uma visão através de uma lente ideológica onde, se um indivíduo for atropelado por uma motocicleta, ele terá que confirmar o fato com o grupo para depois externar sua dor e tomar alguma providência com relação a ele mesmo e aos aspectos legais evolvidos no evento.

Paradoxalmente, esse comportamento ocorre ao mesmo tempo em que se propaga a “valorização do indivíduo”.

Na prática essa valorização não existe porque o grupo ideológico é que determina o quê e quando será valorizado de acordo com suas pautas.

Por exemplo, se eventualmente o país se tornar uma ditadura, todos valores propagados por essa filosofia de grupo se alterarão automaticamente e as “liberdades individuais” deixarão de ser prioridade, não apenas por imposição da ditadura, mas porque os “iluminados” que estabelecem as pautas do grupo não têm convicção de nada e se amoldam aos interesses do momento.

Sob o ponto de vista da herança cultural, podemos até afirmar que nossos valores culturais e religiosos foram impostos de cima para baixo e sejam falhos e até danosos para nosso progresso material e humano individual, mas ninguém até o momento sugeriu alternativa melhor. Apenas criticar é muito fácil e comodo.

Mesmo que concordemos que esses valores nos foram impostos, pelo menos temos o conforto de tê-los do dia que nascemos até a morte e ninguém nos diz para acreditar numa “coisa” na segunda feira e em outra na terça feira, atitude típica dos novos “formadores de opinião” e elaboradores das novas regras de conduta social.

A Sociedade atual é conduzida predominantemente por influência de histéricos cuja noção de mundo (ou falta dela) é como uma feijoada rala e sem sabor, feita com partes não identificadas do que se diz que foi o corpo de algum animal não reconhecível.

E os que percebem isso mas se calam, por covardia, conveniência ou outro motivo, são parceiros dos ativistas da Nova Era das Trevas.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 28/11/2021
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