PASSANDO CREME VIRA CRIME (culinária nova)

De uma hora para outra, passou a existir um jeito de criminalizar quem pensa diferente, não importando se a pessoa possa ter razão.

Basta você não se sentir em condição de contestar, ou de debater a fundo, que então você se socorre com duas palavras:

— FAKE NEWS.

Apesar da letra “S” no final, a palavra “NEWS” quer dizer em português: “notícia” (e não está no plural, não se traduz: “notícias”). Já "fake" é uma coisa falsa, mas não necessariamente mal intencionada.

Interessante é que foi o ex-presidente americano Donald Trump quem notabilizou essa expressão.

No Brasil, porém, as pessoas estão confundindo qualquer opinião diferente da própria com essa classificação. Na verdade, as pessoas apenas querem um jeito de fugirem do debate e essa é a melhor maneira de colocar o outro numa condição inferior.

Depois de muitas Alexandrices, Barrozices, Randolfices, Renandices, Azizneirices e outras sandices (e até mesmo “coicices”) da “CPI da Covid” (que ofereceu um espetáculo de humilhação contra mulheres e também pesquisadores homens), é muito gostoso passar creme na ponta da língua e dizer que isso ou aquilo é “Fake News”. É aparentemente muito melhor (para algumas pessoas) fazerem isso do que irem pesquisar qualquer assunto levantado que lhes contraria a opinião.

Apelide qualquer coisa de “Fake News” e... pronto: ninguém vai te cobrar de ter pesquisado o assunto com profundidade.

O “bom” dessa expressão (Fake News) é que você pode transformar rapidamente a outra pessoa em criminosa.

Vocês verão aqui no Recanto das Letras o uso dessa expressão para satanizar quem ousa discordar da voz supostamente sensata de muitos.

A recomendação para não ser preciso pesquisar algo ou rebater uma opinião que você não está preparado para refutar apoiando-se em pesquisas é: diga que é “Fake News”... e pronto: você já acabou com o debate e ou outro já está automaticamente se transformando num criminoso.

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Da série: “Se é assunto que contraria, deve ser fake news”